SENAR-SP oferece cursos que contribuem com o controle de febre aftosa
Desde 2008, mais de 11 mil pessoas já participaram dos programas oferecidos pelo Sistema FASP/SENAR-SP; meta do Brasil é erradicar a aftosa até 2026
O Brasil tem até 2026 para erradicar a febre aftosa do País. Essa é a meta estabelecida pelo Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). O Plano, que teve início em 2017, tem como objetivo principal garantir que a cadeia de produção de carne esteja livre da doença, ampliando as zonas livres de febre aftosa sem vacinação. A proposta é que, antes de terminado o prazo, o Brasil substitua gradualmente a vacinação por um sistema de vigilância mais ativo a fim de erradicar a doença.
Com a finalidade de capacitar os criadores e colaborar com a meta do governo federal, o SENAR-SP oferece o programa “Bovinocultura de leite e de bovinocultura de corte – aplicação de medicamentos e vacinas”. Além da febre aftosa, o treinamento abrange as principais doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas. O conteúdo do curso inclui ainda técnicas para contenção dos animais, os principais materiais e produtos utilizados para aplicação de medicamentos e vacinas, orientações sobre vias e locais de aplicação, além da manutenção dos equipamentos necessários para os procedimentos.
Desde 2008, o SENAR-SP já capacitou mais de 11 mil pessoas em 734 turmas, totalizando uma carga horária de 17.616 horas. Para mais detalhes sobre o curso, clique aqui. Para realizar a inscrição, procure o Sindicato Rural de sua região.
Oportunidades para ampliar as exportações
O mercado internacional dá preferência à pecuária livre de vacinação. Por esse motivo controlar a disseminação da febre aftosa é fundamental para o Brasil aumentar sua atuação e se tornar um importante fornecedor para outros países. Atualmente os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, o Paraná, Acre, Rondônia e partes do Mato Grosso e Amazonas possuem o selo de qualidade sanitária fornecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, em francês) que permite exportar para países que possuem exigências sanitárias mais restritas, como Japão e Coreia do Sul, entre outros.
O médico veterinário e instrutor do SENAR-SP Cláudio Camacho Pereira Menezes ressalta a necessidade de os criadores se especializarem cada vez mais em ações para o combate à doença: “A capacitação é de fundamental importância para quem trabalha no dia a dia das atividades leiteira e de corte. O curso é bem didático ao ensinar as práticas de manejo necessárias à prevenção e controle de enfermidades dos rebanhos bovinos. Além de reduzir doenças, esses cuidados melhoram a produtividade e a qualidade do produto final, do leite e da carne.” Claudio destaca outro tópico do curso, que é a aplicação correta de injeções. “Uma injeção aplicada em um local errado num bezerro, por exemplo, em situações extremas pode afetar um nervo e provocar paralisia em um membro do animal”, diz ele. Os ensinamentos teórico e prático apresentados no curso evitam doenças nos animais, mas também nas pessoas ligadas diretamente à atividade pecuária. Ele cita como exemplo o consumo de leite cru, que pode causar tuberculose. É um conjunto de conhecimentos que faz a diferença na hora de apresentar resultados. Por isso participar de cursos do SENAR-SP é extremamente importante.
Compromisso
Em julho de 2017 a Sociedade Rural Brasileira (SRB) assinou um documento da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm) para reforçar o compromisso do Brasil em contribuir no controle e erradicação da febre aftosa nos países da região. Desde então, com a elaboração do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), muitos foram os avanços, tanto no setor público como no privado. Agora as metas devem ser cada vez mais ousadas a fim de se atingir o objetivo final até 2026.
PNEFA e Fundo indenizatório
Defesa agropecuária e sanidade animal são pautas recorrente nas ações do Sistema FAESP/SENAR-SP. O corpo técnico da FAESP atua ativamente na política pública do Plano Estratégico do PNEFA, tanto que a entidade é representante do Estado de São Paulo pelo setor privado no Grupo de Gestão do PNEFA (Bloco IV) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, a Federação, juntamente com o MAPA/CDA-SAA, tem liderado a discussão para constituição de um fundo indenizatório privado, elemento central para a retirada da vacinação. A FAESP defende a retirada da vacina, porém acredita que para avançar é necessário concretizar as etapas que conferirão segurança no processo.
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