Produtor de Iporanga monta alambique após cursos de cachaça do Senar-SP
Sindicato rural e produtor têm montado redes de trabalho e cooperação, e incrementam renda de famílias em Iporanga
Valdir Sanches, natural de Palmeira D’Oeste, no norte de São Paulo, já morou em Novo Horizonte, Americana, Curitiba e há 12 anos se apaixonou e se instalou em Iporanga, no sul do estado. Quando “desembarcou” no Vale do Ribeira, viu uma região verde, com água límpida e muitas possibilidades de crescimento. Inquieto, fez vários cursos pelo Senar-SP. De olericultura orgânica a turismo rural, passando por processamento agroindustrial de cachaça e como montar uma agroindústria de cachaça, realizados em janeiro deste ano junto ao Sindicato Rural do Vale do Ribeira.
Valdir conta que em 1979, então com 18 anos, se formou técnico em fermentação de açúcar e álcool pelo extinto Instituto do Açúcar e do Álcool e chegou a trabalhar na antiga Usina Santa Bárbara e na Usina Furlan. Ele diz que sempre foi uma pessoa em busca de conhecimento e ao escolher viver em Iporanga percebeu a carência disso ao desenvolvimento local. Procurou o Senar-SP com o intuito de qualificar a mão de obra na cidade. Foi atrás de suporte técnico e logístico e, conversando com outros proprietários rurais, descobriu que havia interesse, mas não se sabia como acessar esse conhecimento.
Enquanto avançava em conversas com a prefeitura e lideranças locais, percebeu que estava criando uma rede de apoio e de trocas. “Nós temos na região famílias de produtores que não sabem como aproveitar o potencial de suas propriedades e culturas. Foi buscando informações e cursos de especialização que notei que várias outras pessoas poderiam se beneficiar e crescermos juntos”, explica.
Recém-inaugurado, o Alambique do Alemão produz diariamente 250 litros de cachaça prata e 200 litros de melado, além de fazer o próprio engarrafamento. Na propriedade, cuja principal produção é o palmito pupunha, é feita parceira com pequenos produtores para utilização de área demarcada para o gado, com isso é realizada a limpeza natural da pastagem.
Valdir diz que à medida que outros proprietários buscam cursos do Senar-SP mais negócios e trocas têm surgido, incluindo o turismo rural, muito forte para Iporanga e região. Ricardo Coeli Simões Coelho, instrutor da entidade, diz que vê potencial e muito interesse nos alunos que fizeram o curso. Nenhum deles faltou e, segundo ele, “vai sair cachaça para atender a demanda da região”.
“Os cursos e programas do Senar-SP, assim como a Assistência Técnica e Gerencial, auxiliam na promoção da bioeconomia, com base na utilização de recursos naturais renováveis para gerar novos produtos, processos e serviços”, diz Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP.
“Quando o produtor aplica na prática o que aprende no curso, ele ajuda na geração de renda da região, com preservação do meio ambiente, o que reflete no turismo rural, na valorização cultural local e tantas áreas ligadas diretamente às cadeias produtivas da agropecuária”, explica Jair Kaczinski, gerente técnico do Senar-SP.
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