Fórum Sustentabilidade Faesp: Estratégias para o manejo e controle do javali no estado de São Paulo
Especialistas destacam a urgência do registro de ocorrências e alertam sobre riscos Econômicos e Sanitários
A assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Cláudia Mendes, reiterou, em sua palestra no Fórum de Sustentabilidade, organizado pelo Departamento de Sustentabilidade da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a necessidade de os produtores rurais registrarem suas perdas com javalis. Além da destruição de plantações, os animais podem levar contaminação aos rebanhos e aos próprios moradores.
A especialista colocou em discussão sobre se essa ação, que inclui caça aos animais, está sendo eficiente, já que os casos continuam sendo registrados em várias regiões do Brasil. “A melhor forma de mostrarmos a importância de uma legislação efetiva de combate a esses animais é o registro das ocorrências com javalis, para que haja estatística sobre as perdas econômicas e o risco à saúde. E capacitar os produtores para que possam fazer o controle, ajudando na construção de estatísticas sobre áreas de ocorrência dos animais”, frisou Cláudia.
Javalis podem colocar em risco status sanitário de São Paulo
Segundo o gerente do Programa de Sanidade Suídea, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), Arthur Felício, os javalis, por sua associação com morcegos hematófagos, podem levar um rastro de contaminação aos rebanhos, além de transmitir doenças aos humanos, inclusive pelo consumo “in natura” da carne dos animais abatidos.
Ele apontou que o Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo e, caso seja registrado algum caso de peste suína africana poderá haver suspensão da comercialização dos produtos, levando a perdas econômicas a todos. “Estamos conversando com os produtores paulistas para fazermos um mapeamento dos avistamentos de animais. O governo do estado está preocupado com as perdas econômicas, mas também com as análises em casos de mortes atípicas dos javalis, para evitar a disseminação de qualquer risco para a população”, explicou Arthur Felício.
Governo prepara aplicativo para monitorar javalis
O chefe do Serviço de Espécies Exóticas e Exóticas Invasoras de Fauna, do Ibama, Bruno Jackson, explicou que cerca de 60% dos javalis abatidos são adultos e, com isso, os animais mais novos e as fêmeas, que procriam com facilidade, continuam a ser um risco em todo o país. Ele adiantou que o Ibama está desenvolvendo uma plataforma que ajudará a mapear a movimentação dos animais em todo o país. Essa rastreabilidade permitirá ações mais eficientes nas áreas onde há mais ocorrência e registro de perdas pelos produtores rurais.
“O Ibama tem um manual de boas práticas que mostram diversos modos de controle de animais exóticos. A importação dos javalis foi um projeto que não deu certo e hoje estamos trabalhando para mitigar possíveis impactos econômicos e sanitários. Estamos preparando uma plataforma que poderá mostrar a movimentação dos animais pelo país e ajudar na solução desse problema”, concluiu Bruno Jackson.
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