Home » FAESP vai reforçar campanha pelo uso do etanol como combustível prioritário para fomento da sustentabilidade e à produção canavieira

FAESP vai reforçar campanha pelo uso do etanol como combustível prioritário para fomento da sustentabilidade e à produção canavieira

09 de abril, 2024 - por FAESP

Um ano após o lançamento da Campanha Nacional “Movido Pelo Agro” a Comissão Técnica de Cana-de-Açúcar e Energia Renovável pretende agir com força no estímulo ao uso de biocombustível nos veículos brasileiros e fomento à cadeia canavieira

“São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil e nos sentimos na obrigação de promover o consumo consciente e a valorização do etanol. É uma questão ecológica, de controle de emissão de CO2, que se reflete na economia do Brasil inteiro. O estado de São Paulo já chegou a ter 70% dos carros movidos a etanol e atualmente estamos na casa dos 30%. Temos obrigação de ampliar esses percentuais e o caminho é conscientizar a população e governos, pela sensibilização ambiental e pelo exemplo”, disse Nelson Perez Júnior, coordenador da comissão ao abrir a reunião setorial. O assunto balizou a pauta desta sexta-feira (5), que contemplou o balanço da safra de 2023/2024 e perspectivas da safra 2024/2025, bem como a discussão sobre índice de referência CNA de remuneração de cana-de-açúcar, a revisão do Consecana/SP, e o andamento dos principais Projetos de Lei em tramitação sobre o setor.

A analista do PECEGE, Ana Carolina França, apresentou um balanço da Safra 2023/2024, considerada a melhor produção dos últimos 11 anos, em razão das chuvas que favoreceram os canaviais, associado à valorização mundial do açúcar, elevando os preços do produto paralelamente à alta produção. Esse cenário extremamente favorável e “fora da curva”, levou ao fechamento do preço da safra 2023/2024 em R$ 1,2113/Kg de ATR. Já a safra 2024/2025 deve ter produtividade mais próxima dos patamares históricos, o que permanece favorável à produção de açúcar e desafiador para o etanol, com projeção de preços na casa de R$1,13Kg/ATR e R$ 1,16/Kg de ATR.

A reunião também tratou do avanço das negociações do estudo técnico proposto pela Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Em breve será definida a entidade independente que realizará a revisão dos parâmetros técnicos e econômicos do Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana-SP), a fim de garantir a atualização do sistema que baliza a remuneração dos fornecedores de cana-de-açúcar. Um estudo preliminar realizado sobre o Consecana-SP, com a simples atualização dos parâmetros e sem considerar novas fontes de receita da cadeia, apontou para uma defasagem não inferior a 14% em relação aos valores praticados atualmente. As conclusões do novo estudo, com os novos parâmetros do modelo e a inclusão da receita proveniente da geração de energia, devem ser publicadas até 30 de junho deste ano, com a aplicação de ajustes na atual safra 2024/25.
A Comissão Técnica debateu a tramitação do Projeto de Lei 3.149/2020, que pretende garantir o repasse de parte da receita gerada pelos Créditos de Descarbonização (CBios) aos produtores independentes de biomassa e deve receber proposta das usinas sobre o percentual até dia 17 de abril.

Também foi mencionada a aprovação do PL dos “combustíveis do futuro”, que cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente. A proposta será submetida ao Senado. A partir da publicação da proposta como lei, a nova margem de mistura de etanol à gasolina passará de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol.

Para Tirso de Salles Meirelles, presidente da FAESP, todos os esforços em direção à promoção do uso do etanol como biocombustível, bem como à melhoria do preço da cana-de açúcar aos produtores, são fundamentais para garantir a sustentabilidade. “A agenda sustentável é um caminho sem volta, que temos obrigação de fomentar, em prol do planeta. Para isso, a saúde financeira dos pequenos produtores de cana-de açúcar, que no estado de São Paulo representam 90% do total, é uma questão essencial. Lutamos em todas as frentes para oferecer condições de produção aos que hoje enfrentam dificuldades imensas em manter suas lavouras. Acompanhamos de perto todos os movimentos nesse sentido”, disse Meirelles.

    Assine nossa newsletter

    Compartilhe

    Tags

    Deixe seu comentário