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Avicultura de exportação: conjuntura e desafios

17 de fevereiro, 2022 - por FAESP

Os dados nacionais indicam que 2021 foi um bom período para a exportação de frangos. O dólar valorizado estimulou o produtor brasileiro a exportar, aproveitando ainda a demanda de países como China e Arábia Saudita que continuou em alta.

No entanto, segundo produtores do segmento, o ano foi de desafios por conta do aumento de custos de produção. “Sentimos muito o aumento da energia elétrica e dos combustíveis para aquecimento dos pintinhos. No nosso caso, a lenha e o pallet de madeira aumentaram 70%”, afirma Rafael Vidoti, criador da região de Holambra.

A percepção é endossada por Luciano Lico, que desde a década de 1990 cria frangos na região de Amparo. “Ano passado algo que nos impactou bastante foi o aumento dos custos. Por conta da inflação, eles subiram 41% e trabalhamos sem margem. O ano de 2020 foi melhor”, observa Luciano.

Segundo Vidoti, os ciclos de exportação influenciam não apenas os produtores cujas integradoras trabalham com a exportação. “Nossa integradora atende o mercado interno, mas as variações de intensidade das exportações refletem na oferta do mercado interno. Algumas vezes, tivemos que deixar o frango mais tempo nas granjas por ter diminuído a exportação e aumentado a oferta no mercado interno”, lembra.

Tanto Vidoti quanto Lico têm a expectativa de que neste ano os custos de produção se mantenham mais estáveis, possibilitando uma margem financeira maior. “Espero que em 2022 essa questão do custo melhore, porque está ficando inviável. Construir um aviário com 40 mil aves fica em torno de R$ 2 milhões”, afirma Lico. Questões como a oferta de grãos no mercado brasileiro são consideradas fatores chave para o desenvolvimento do mercado nos próximos meses.

A carne de frango no Estado de São Paulo

Uma característica da produção de carne de frango do Estado de São Paulo é que ela é voltada ao abastecimento do mercado interno, direcionada a circuitos de comercialização curtos que atendem demandas próximas às áreas de produção (a capital paulista, a região metropolitana e o interior do estado), onde se concentra a maior densidade demográfica do país e a maior renda per capita.

Dessa forma, a exportação de carne de frango do Estado é um negócio repleto de desafios. Em 2021, segundo dados do MAPA, foram embarcadas pelo Estado de São Paulo 211,9 mil toneladas de carne de frango, 4,74% do total do país, com um acréscimo de 9,0% em relação ao ano passado, que foi de 194,1 mil toneladas. O Porto de Santos foi responsável pelo escoamento de 8,25% da produção nacional. Os estados campeões da exportação são Paraná, com 40,38% do total nacional exportado, e Santa Catarina com 23,0%.

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