Aquishow 2024: mais perspectivas para o setor
Além de ajudar no crescimento do consumo de pescados, feira internacional pode levar para outros estados cursos como o de Aquaponia
Um espaço para conhecer as novas tecnologias e tendências. A Aquishow, a maior feira de aquicultura da América Latina, que terminou ontem (23), contribui para a melhoria das práticas de produção e para estimular o consumo. O Senar-SP teve um estande no evento para difundir o curso de Aquaponia – que trabalha a produção coordenada de peixes e produtos agrícolas – para outros estados.
A idealizadora e organizadora da Aquishow, Marilsa Fernandes, reafirma a importância do evento, que gera 400 empregos temporários para montagem/desmontagem dos estandes e manutenção do pavilhão e sempre aquece diversos setores de serviços, como rede hoteleira, transporte e alimentação. O público do evento inclui visitantes das Américas, Europa e África, que participam do evento para conhecer o que há de mais atual nas técnicas de criação de peixes, rãs, jacarés e mexilhões.
“É uma oportunidade ímpar para fomentar esse setor e apresentar as mais modernas tecnologias e tendências na aquicultura”, disse Marilsa Fernandes.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, concorda com a organizadora do evento e acredita que é um espaço importante para o estímulo à produção. “Nos últimos dez anos, houve um aumento de 53% no consumo de pescado e há um crescimento expressivo do setor, que apresentou, em 2023, mais de 887 toneladas de pescado de cultivo”, disse Tirso, em referência a dados da Associação Brasileira de Piscicultura.
Atividade que mais cresce
A troca de informação do setor, agregando tecnologia, é um grande diferencial dessa feira, segundo o coordenador da Comissão Técnica de Aquicultura da Faesp, Martinho Carlos Colpani Filho. Serve para mostrar novos caminhos, mercados e tecnologias. Ele, que faz parte da organização do evento, comemora o crescimento da Aquishow, que se tornou referência nacional. O coordenador ressalta que muito ainda precisa ser feito, com a necessidade de agregar muitas empresas ainda à cadeia produtiva.
“Precisamos estruturar mais a cadeia produtiva para que possamos avançar e levar mais oportunidades aos produtores, diversificar a produção e levar um alimento mais barato, em forma de filé sem espinhas, para a população”, explicou.
Durante a abertura do evento, o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, afirmou que a piscicultura no Brasil é atividade agropecuária que mais cresce. De forma muito especial, a produção de tilápias. Para ele, a feira é um espaço importante para conhecer novas técnicas, tirar dúvidas e contribuir para o crescimento do setor.
“A nossa luta é fazer uma ampla divulgação para que a gente possa consumir mais, produzir mais. Não tenho dúvida que os esforços que estão sendo feitos para abrir novos mercados, para exportar o pescado, contribui muito para ampliar as perspectivas dos produtores”, disse o ministro. O presidente da Faesp mencionou ao ministro sobre a importação de tilápia a preços abaixo do custo de produção local e sobre a regularização do peixe Panga no Brasil. O ministro informou que essas discussões estão em progresso.
Protagonismo
A Aquaponia é uma prática que associa a criação de peixes a produtos agrícolas, possibilitando o reaproveitamento da água e dos nutrientes. É o curso com maior procura atualmente. Segundo o instrutor do Senar-SP Manuel Braz, que também é presidente da Associação Brasileira de Aquaponia, o estado de São Paulo tem um grande potencial de crescer ainda mais nesse segmento.
“É importante mostrar que a Aquaponia tem custos baixos e garante bom retorno, já que há essa simbiose entre as culturas. Isso permite uma melhor absorção dos nutrientes pelas plantas, garantindo um produto de qualidade e sustentável”, afirmou Braz.
Deixe seu comentário