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Abelhas sem ferrão atraem a atenção de produtores

24 de março, 2022 - por SENAR-SP

SENAR-SP oferece curso de meliponicultura; criação, comercialização de produtos e turismo rural são abordados no conteúdo da atividade, realizada por intermédio dos Sindicatos Rurais.

O mel adoça pratos, a cera é transformada em velas ecológicas, o própolis é matéria-prima da indústria farmacêutica e a polinização protege a biodiversidade. Da culinária à medicina, as abelhas auxiliam o ser humano e o meio ambiente – e isso inclui as espécies sem ferrão. Menos conhecidas entre aqueles que não se dedicam à apicultura, as abelhas da tribo meloponini dividem-se em espécies como jataí, marmelada e manduri. Só no Brasil existem cerca de 250 espécies, um vasto universo a respeito do qual o SENAR-SP oferece treinamento. Com carga horária de 32 horas, o curso “Meliponicultura – Criação de abelhas sem ferrão” é promovido em Sindicatos Rurais de todo o Estado. Em março, os Sindicatos Rurais de Socorro e de São Roque promoveram o curso.

Demanda local e descobertas

Lucas de Melo Santos, coordenador de cursos do SENAR-SP em São Roque, conta que a demanda pelo treinamento partiu da comunidade. “Em 2021 o curso foi solicitado por produtores de Araçariguama, cidade vizinha a São Roque. Eram pessoas que não conheciam a abelha sem ferrão e nos procuraram para aprender a lidar com elas”, explica.
Receios, desconhecimento e aprendizado informal marcam a trajetória prévia de alguns produtores em relação às abelhas sem ferrão. “Havia o pessoal que já tinha abelhas, mas que aprenderam tudo no YouTube. Com o curso no Sindicato, eles adquiriram o conhecimento para tratar melhor, dar alimentação, fazer as caixas onde elas criam as colônias”, observa ele.

Segundo Lucas, houve quem descobrisse no curso que já conhecia de vista estas abelhas. “Dois alunos até então não tinham noção de que tinham a abelha sem ferrão em casa. Achavam que fosse vespa ou algo do tipo, porque elas vivem em buracos, não em colmeias. Por isso, eles acabavam até matando-as, sem saber que se tratava de uma espécie rara. Eles ficaram chateados com o erro”, conta.

Conteúdo do curso

A posse do conhecimento é um divisor de águas, sobretudo quando se trata de espécies não tão conhecidas e com grande valor ambiental. O potencial de negócios das abelhas sem ferrão também é grande, com diversos pontos positivos para o produtor. As espécies não demandam cuidados intensivos, e a construção dos meliponários é de baixo investimento. O risco de acidentes também é baixo, sendo uma boa alternativa para a produção familiar. Entre as utilizações econômicas da produção, estão a venda de mel, cera, própolis e pólen. Iniciativas de turismo rural também têm a ganhar com a criação de abelhas sem ferrão, por se tratar de uma espécie nativa que se presta a ações educativas.

Esses e outros conteúdos são abordados no curso. Os alunos estudam a legislação do setor, aspectos biológicos das abelhas – como ciclo de vida, organização familiar, comunicação e reprodução –, conhecem os produtos da meliponicultura e como obtê-los por meio da criação. Os instrutores ensinam a instalar um meliponário, incluindo o povoamento, manejo e alimentação das abelhas. A produção de mel é objeto de um módulo próprio, com lições sobre colheita, conservação e comercialização.

Segundo o coordenador do SR de São Roque, a turma se reuniu no método “boca a boca” e continua unida até hoje. “A divulgação foi espontânea, na conversa. No curso todos estavam bem empenhados, e agora montamos um grupo virtual para dar continuidade ao acompanhamento as abelhas dos alunos. O instrutor também sempre está à disposição para sanar as dúvidas”, completa.

Para conhecer os cursos disponíveis pelo SENAR-SP clique aqui.

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