Mulheres superam obstáculos, adversidades, executando com dedicação e foco suas atividades no campo
Recentemente, a Ministra da Agricultura, Teresa Cristina, afirmou que o empoderamento das mulheres rurais significa a promoção do crescimento e a produtividade da agricultura, que é o grande motor econômico do Brasil. “Queremos ver mais mulheres administrando fazendas, dirigindo tratores, chefiando cooperativas, pescando, plantando e colhendo, enfim, mais mulheres se beneficiando da pujança do agro brasileiro”, disse.
Seguindo este princípio, a produtora rural, Suely Rodrigues, diretora do Sindicato Rural de Salles Oliveira e responsável pelo Projeto Peixes, destaca o protagonismo da mulher no campo e agronegócio, Acentua: “as mulheres procuram otimizar o trabalho no campo, superando obstáculos, adversidades, executando com dedicação, foco as suas atividades, com objetivos pré definidos, buscando excelência, bem executando todo e qualquer trabalho”.
Afirma: “somos persistentes, criteriosas e caprichosas e, por esta razão, colhemos bons resultados”. Ela fez vários cursos de capacitação do SENAR-SP, inclusive de aquaponia, sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura convencional (criação de organismos aquáticos tais como caramujos, peixes, lagostas e camarões) com a hidroponia (cultivo de plantas em água) em um ambiente simbiótico.
A produtora analisa que está havendo uma expansão do protagonismo da mulher no campo “Inúmeras se destacam em vários setores, estão à frente de administração das propriedades. Não existe competição com os homens, mas simplesmente uma soma que se fazia necessária”.
Relata que, na sua região, já são muitas as mulheres gestoras. “Infelizmente, a pandemia está nos prejudicando muito, pelo menos na aquicultura tem sido assim, porque o nosso produto é muito consumido em bares e restaurantes e houve queda de aproximadamente 50% no consumo e, consequentemente, nas vendas”.
Suely conta que o Projeto Peixes nasceu em 1998, no Município de Sales Oliveira. “Minha formação universitária é em Química Industrial e foi no trabalho como química industrial que conheci a piscicultura. Uma indústria de óleo vegetal onde eu trabalhava, tinha uma Lagoa de tratamento de águas industriais e, ali, criava peixes, para mostrar que devolvia ao manancial uma água de qualidade”.
Gostou muito do trabalho e começou a pesquisar sobre a piscicultura. “Trabalhei, inicialmente, no Estado do Tocantins, onde montei uma piscicultura de peixes e camarões. Fiquei lá 10 anos, foi bem intenso, porém de bastante aprendizado. Produzimos muito camarões de água doce (M. Rosenberg ) e peixes nativos. Lá eu estava só, minha família ficara aqui, no interior, e me fazia falta demais. Resolvi comprar, com meu acerto de contas, um pedaço de terra, na minha terra natal e, junto com minha família, estruturei o nosso projeto”.
Numa caminhada de muito trabalho, conseguimos também muitos louros. “Hoje temos um bom número de clientes de alevinos de qualidade, gente que compra aqui, desde sempre. Temos a confiança dos clientes, dos parceiros, fornecedores e amigos”.
Diz que o carro chefe é a produção e venda de alevinos de Tilápias, mas produz também alevinos de pacu, patinga, piaucu, lambari e a galinha dos ovos de ouro é a produção dos juvenis de peixes para peixamento do Rio Sapucaí Mirim. Trabalho contratado pela CTG Brasil e coordenado por professores da Unesp. “Sou apaixonada por este trabalho porque é único no Brasil. É um árduo trabalho. Fazemos a reprodução dirigida de peixes trazidos do rio, ambientados no cativeiro, chipados e analisados seus DNA e estudados para manter a variabilidade genética destes no Rio Sapucaí Mirim. Sou quase uma ambientalista de carteirinha. Faço o melhor peixe possível, pelo menos bastante elogiados”.
Prossegue: nesta caminhada, “meu pai, além de companheiro sempre trabalhou muito para chegarmos aqui, trabalhava de sol a sol, assim como minha mãe. Meu pai sofreu alguns AVC’s há 7,5 anos, quando ficou com várias sequelas, inclusive afasia. Não se deixou abater, sofri muito porque ele queria trabalhar, mas sabíamos que era impossível”.
“Continuamos aqui, devagar, porque levamos muitos calotes desde o início da pandemia. Esperamos poder voltar ao normal, contando com a mão de Deus na criação/produção de uma vacina eficiente para todos nós”.
O Sistema FAESP- SENAR-AR/SP reconhece e potencializa a importância do protagonismo da mulher no agronegócio paulista. Proporciona ações institucionais para a sua capacitação técnica e social e para a sua proteção social. Cada vez mais a mulher tem ocupado papel de destaque nos negócios e na sociedade de modo geral.
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