Programa Viola Caipira leva bem-estar e aumento da renda a participantes em Tupã
Iniciativa do Sindicato Rural de Tupã e Senar-SP proporcionou a criação da “Orquestra Viva Viola”
Na cultura musical brasileira se destaca um dos mais tradicionais instrumentos: a viola caipira. Descendente das tradicionais violas portuguesas, chegou ao Brasil junto com os primeiros colonizadores, no século XVI. Foram utilizadas como instrumento de catequização dos indígenas brasileiros e, posteriormente, pelos bandeirantes em suas viagens.
A linha de ação “Cultura” da Promoção Social tem papel fundamental de manter viva a história e a importância dela no meio rural paulista, assim, o Senar-SP vem desenvolvendo ao longo dos anos o Programa Viola Caipira, com carga horária de 120 horas, distribuídas em 5 módulos consecutivos, ou seja, 24 horas cada um, com o número mínimo de 8 participantes e máximo de 10.
O objetivo do programa é adquirir conhecimento técnico, teórico e prático. Para participar os alunos precisam ser alfabetizados, possuir o instrumento e ter idade mínima de 12 anos. Em 2024 o Programa Viola caipira teve 68 turmas.
Um dos municípios que participou do programa foi Tupã. Marcia Rotoli, coordenadora do Sindicato Rural da cidade, explica que “o programa vai além de ensinar música. Muitos relatam uma sensação de realização pessoal ao aprenderem a tocar o instrumento e se dedicarem à música. Além disso, o aprendizado pode ser visto como uma forma de terapia e alívio do estresse.”
“O curso pode gerar efeitos socioeconômicos positivos, uma vez que a música pode se tornar um meio de fortalecimento das relações dentro da comunidade e até mesmo gerar uma fonte de renda adicional”, diz.
A cidade conta com o Programa Viola Caipira desde 2021, estando hoje na sua 4° edição. No ano passado foi criada a “Orquestra Viva Viola” pelo instrutor Maicon Gasparetto.
“É muito legal e empolgante ver os alunos que, até então, não sabiam nem pegar no instrumento, conseguindo tocar. Temos participantes que estavam em depressão, passando momentos delicados em suas vidas e que hoje tiveram uma mudança na perspectiva de vida, pois além de terem adquirido novas habilidades, também puderam aumentar a renda financeira, fazendo apresentações remuneradas ou beneficente na cidade de Tupã e região”, conta Gasparetto.
Para Clodoaldo Reis, fazer parte do Programa em 2022 foi uma questão de saúde. Após contrair a Covid-19, ele teve como sequelas um esquecimento que nunca havia experimentado antes e por recomendação médica precisava de atividades que estimulassem o cérebro.
“Eu ouvi no rádio sobre esse curso da viola caipira e me interessei, até para estimular meu cérebro, para minha saúde. Agradeço muito ao presidente do sindicato, Márcio Vassoler, a coordenadora Márcia, nosso instrutor Maicom Gasparetto e às pessoas do Senar-SP, pela oportunidade em aprender a tocar a viola caipira, que até possibilitou recursos financeiros”, diz Clodoaldo. “Agradeço muito, tanto pela minha vida, como pela minha saúde, porque foi um desenvolvimento extraordinário a partir desse conhecimento, e tenho prazer em tocar viola caipira.”
“É gratificante notar que muitos alunos vivenciam a viola caipira de forma contínua, muitas vezes seguindo carreira na música”, diz Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP.
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