Produtores de banana encontram dificuldades na certificação da fruta
De acordo com Jeferson Reginaldo Magário, coordenador técnico da Comissão de fruticultura da FAESP e presidente do Sindicado Rural do Vale do Ribeira, “A bananicultura altamente tecnificada carrega em seu DNA uma série de tragédias socioambientais”. Dedicada à exportação, a produção geralmente está localizada em áreas do trópico úmido, o que torna favorável à incidência de fungos. Isso demanda até 55 pulverizações aéreas por ano para o controle de patógenos. “É inegável que uma aplicação semanal de tantos agrotóxicos não deixe profundas sequelas no ecossistema”, continua Magário.
Há um movimento crescente para tentar certificar a fruta brasileira, no entanto, é real a ameaça da entrada de frutos provenientes de outros países, como recentemente publicado na IN N°46 de 2017, que permitia a entrada de bananas do Equador e que só foi suspensa a partir da ação firme paraestatal representativa dos bananicultores, que conseguiu demonstrar risco fitossanitário à bananicultura brasileira.
Quando se baseou a possibilidade de abrir o mercado brasileiro de bananas, muitos profissionais do setor elogiaram a medida como forma de estimular a competitividade – ou seja, adotar o modelo equatoriano de produção. Houve quem criticasse os bananicultores nacionais por tentar argumentar frente ao setor público os impactos socioeconômicos e ambientais que a medida traria ao bananicultor brasileiro.
“A Confederação Nacional dos Bananicultores (CONABAN) acredita que há muito a ser desenvolvido e melhorado na bananicultura brasileira, principalmente em relação à segurança alimentar, oferecendo ao consumidor frutas produzidas dentro de critérios de Boas Práticas Agrícolas e de Processamento, com rastreabilidade em todo o processo”, afirma Jeferson.
A CONABAN está organizando a cadeia produtiva, considerando as suas especifidades estruturais e propondo aos produtores, por um programa de adesão voluntária, a adoção do sistema de Oferta Responsável da Fruta – já implantada em Abanorte/MG – alinhado com a realidade brasileira, oferecendo frutas produzidas de acordo a um moderno sistema de certificação e rastreabilidade.
Para que dê certo, porém, é preciso uma rápida adesão do setor atacadista ou climatizador e especialmente do varejo, pois além de oferecer frutas saudáveis e seguras, também melhora a vida do varejo, diminuindo as perdas e promovendo uma logística inteligente com relação às embalagens e distribuição nas gôndolas.
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