Mogi das Cruzes pilota “Projeto Integrar” para levantamento de dados do agro paulista
O projeto Integrar é um trabalho em benefício da cidadania no campo e permitirá uma radiografia do setor agropecuário do estado.
O Sindicato de Mogi das Cruzes sediou ontem a apresentação do Projeto Integrar, feita por técnicos da Faesp e do Senar-SP. A região foi escolhida para pilotar o projeto que é destinado ao levantamento de dados sobre o agronegócio no estado de São Paulo, realizado por meio de uma pesquisa com produtores rurais.
Em comitiva, diretores do sindicato de Mogi, equipes da Faesp e do Senar-SP e os estagiários contratados foram a uma propriedade rural aplicar a pesquisa. Um engenheiro agrônomo supervisionou o processo. A ideia é cada sindicato rural paulista ter sua própria equipe de estagiários com conhecimento aprofundado das regiões e dos produtores locais. O pesquisador estagiário sempre estará identificado com camiseta e crachá do Sistema Faesp/Senar-SP.
O principal objetivo do Projeto Integrar é levantar dados e informações sobre a força de trabalho na agricultura paulista. A programação das propriedades a serem pesquisadas terá como base os dados do programa Rotas Rurais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento como referência para localização das propriedades. Todos os dados específicos de cada produtor serão mantidos sob sigilo, em atendimento às normas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP, destacou a importância do projeto, que proporcionará uma visão detalhada da força de trabalho e do agronegócio em São Paulo, auxiliando na definição de políticas públicas e de atenção aos produtores rurais, especialmente pequenos e médios produtores. “Esse levantamento das propriedades rurais em todo o território paulista terá grande repercussão para o desenvolvimento do agronegócio. Vamos conhecer em detalhes qual a situação atual do setor produtivo, o potencial econômico, e os desafios enfrentados pelosprodutores. São dados que servirão de instrumento para novos projetos cada vez mais assertivos”, disse Tirso.
O Senar-SP desenvolveu um manual do projeto, definindo as atribuições de supervisores e estagiários. O questionário com 60 perguntas aos proprietários rurais será feito com tablets com apoio de um aplicativo específico. Na fase piloto, a estimativa é de que cada estagiário realize, em média, quatro pesquisas diárias. Mogi das Cruzes tem 1.606 propriedades rurais. Essa fase piloto da pesquisa está sendo aplicado para aperfeiçoar a dinâmica de abordagem das equipes, além de avaliar o tempo estimado do trajeto dos estagiários às propriedades e eventuais melhorias no questionário.
Mario Biral, superintendente do Senar-SP, ressaltou que a fase piloto é crucial para ajustar detalhes até o treinamento, que será feito com os demais supervisores e estagiários dos outros sindicatos rurais participantes do projeto. “Nós vamos levantar qual é a força de trabalho da produção rural. Queremos saber quantas pessoas estão produzindo em cada propriedade, saber o que cada propriedade representa em cada município”, apontou Biral.
“Esse projeto veio no momento certo para que possamos ter informações mais consistentes a fim de dedicar nossos esforços para as áreas mais necessitadas, entender melhor a situação dos produtores da nossa região”, disse Fábio Dan, presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes.
O engenheiro agrônomo João Paulo Rodrigues Alves Pereira, que atuará como supervisor dos estagiários de Mogi, já tem larga experiência na atuação como técnico de campo para levantamento de dados em diversas entidades. “É fundamental ter um diagnóstico, quem são os produtores, o potencial de produção, os problemas envolvidos na cadeia produtiva, para que a partir desse diagnóstico, gerar indicadores de desenvolvimento e propor políticas públicas em benefício do trabalho no campo”, disse João Paulo.
O coordenador do Departamento de Sustentabilidade da Faesp, José Luiz Fontes, mencionou que com o levantamento desses dados será possível saber com mais precisão qual é a população do meio rural no estado e como ela vive, como e o que produz. “Com isso, projetos da Faesp e do Senar-SP, mas também de órgãos do governo, poderão ser implementados com muito mais condições de atender às demandas dos produtores”, afirmou.
Em Mogi das Cruzes nessa fase de testes serão três estagiários realizando as pesquisas. Um deles é Carlos Henrique de Paula Pereira, que disse estar bastante animado em colaborar com o projeto. “É uma responsabilidade bastante grande ajudar a realizar esse censo para descobrir o quanto Mogi é forte na agricultura. Trazer as informações do campo para a tela vai ser muito importante”, falou.
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