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Mercado de equinos atravessa momento difícil com impacto dos custos de insumos, diesel e fretes

25 de outubro, 2018 - por FAESP/SENAR-SP

Com 5,9 milhões de animais, o Brasil tem hoje o terceiro maior rebanho de equinos do mundo, perdendo apenas para China e México. Mesmo com a automação promovida pela tecnologia, inclusive no campo, este setor continua empregando hoje seis vezes mais que a indústria automobilística. São 3,2 milhões de trabalhadores no setor, entre empregos diretos e indiretos, que movimentam um montante de R$ 7,3 bilhões ao ano. Os dados são do Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo, realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (ESALQ/SP).

Apesar da sua importância na economia brasileira, o mercado de equinos também está sofrendo impactos dos altos custos do óleo diesel, insumos e frete. “Então, a solução do momento é irmos nos virando como podemos, esperando por dias melhores”, afirma o coordenador da Comissão Técnica de Equinocultura da FAESP, Marcelo Vasco de Toledo.

Acrescenta que em razão do decréscimo de demanda, os criatórios sofrem dificuldades para a alimentação dos animais, já que o cavalo necessita beber 50 litros de água, em média, por dia. Isto dá 4 litros de água por dia para cada 50 quilos. Um cavalo come, em média, 10 kg de feno por dia. Um cavalo necessita de ingerir, em média, 1 a 2 % do seu peso em comida. “Os custos são muito altos, num momento em que existe uma retração no mercado para comercialização”.

Ressalta, no entanto, quer a crise não é sentida pelos cavalos de elite, que participam de leilões, torneios e tem um valor comercial muito grande. “Existem cavalos com valor superior a uma Ferrari”.

Diz que o setor da pecuária como um todo, não recebe a atenção devida das autoridades do país e sofre com a falta de políticas públicas neste sentido. “Também estamos em alerta por causa do primeiro caso da Febre do Nilo Ocidental (FNO) em cavalos”. O registro ocorreu em abril, no norte do Espírito Santo. Embora isolado, as autoridades sanitárias do País estão em estado de atenção, “uma vez que o Brasil não possui vacina registrada para conter um eventual alastramento da doença em equinos”.

SAIBA MAIS

A FNO é causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre Amarela.

Picadas de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex, o pernilongo, são os transmissores do vírus do Nilo Ocidental (VNO). Os hospedeiros naturais são aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos. A doença pode atingir: Seres humanos, Equinos, Primatas, Outros mamíferos.

Os seres humanos e os equinos são hospedeiros acidentais e terminais, pois não há transmissão de pessoa ou animal para outro, uma vez que a viremia se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.

O teste diagnóstico mais eficaz é o clínico, com a detecção de anticorpos IgM contra o vírus do Nilo Ocidental em soro.

Prevenção em cavalos: recomenda-se que os equinos sejam recolhidos às baias a partir do entardecer, para reduzir o risco de que sejam picados pelo mosquito transmissor.

O impacto dessa enfermidade está diretamente ligado aos efeitos neurológicos graves e potencialmente fatais que causa nos equinos. O agravante nesse caso é que não existe uma vacina que possa proteger os cavalos do vírus do Nilo, mas é importante ressaltar que os equinos não são transmissores da doença. Eles são apenas hospedeiros acidentais que apresentam baixa viremia, por isso, não tem potencial para contaminação de outros animais.

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