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FAESP: Juros altos são bombas de fragmentação contra o agro

17 de março, 2022 - por SENAR-SP

Presidente da Federação, Fábio de Salles Meirelles, prevê que decisão do Copom em aumentar Selic vai refletir em preços do setor

“Com a manutenção da Selic em patamares muito elevados, conforme decisão do Copom, nesta quarta-feira (16/03), que amentou a taxa Selic em um ponto percentual (de 10,75% para 11,75% ao ano) o agro sofre grande impacto em seus custos, com reflexos inevitáveis nos preços dos alimentos, commodities, insumos e biocombustíveis”. A avaliação é de Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP).

O dirigente lembra que o setor já vinha sendo seriamente afetado, nos dois últimos anos, pela escalada dos juros, pandemia, intempéries e crise hidroenergética. Agora, com a invasão da Rússia à Ucrânia, há o fator agravante do risco no fornecimento de fertilizantes minerais. “Nesse cenário, os juros altos têm o efeito de uma bomba de fragmentação contra o agro, atingindo todos os seus segmentos simultaneamente”, alerta.

O Brasil é dependente do insumo. Importa mais de 80% do total que consome. Em 2020, demandou 40 milhões de toneladas, dos quais 33 milhões foram comprados no exterior. Deste total, 23% são provenientes da Rússia e 3% de Belarus.
As sanções econômicas aos dois países em decorrência da crise geopolítica no Leste Europeu ameaçam a produtividade agrícola. Para manter os crescentes rendimentos no campo, o fertilizante é essencial, somado aos avanços genéticos das sementes, ao conhecimento técnico dos produtores e à tecnologia empregada no campo.

Além do problema dos fertilizantes, a majoração do petróleo, também decorrente dos embargos à Rússia e com imediato reflexo no preço dos combustíveis no Brasil, agrava os custos dos produtores rurais. O combustível das máquinas agrícolas e fretes está mais caro, onerando as operações. “Nesse cenário, os juros têm efeitos explosivos sobre o nosso setor”, afirma Meirelles.

O presidente da Faesp pondera que o Plano Nacional de Fertilizantes, que acaba de ser lançado pelo governo, é uma iniciativa importante, mas com resultados de longo prazo. “Neste momento, é prioritário garantir a produtividade agrícola, com a busca de novos fornecedores, como está tentando no Canadá a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Também é fundamental encontrar meios para que os produtores consigam crédito com juros mais baixos, pois a Selic como referência é explosiva”, conclui.

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