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FAESP divulga relatório do custo de produção da borracha natural em São Paulo

01 de novembro, 2023 - por FAESP

Dados foram colhidos durante eventos do Projeto Campo Futuro e mostram que heveicultores paulistas enfrentam grandes dificuldades para se manter na atividade

O Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) divulgou um relatório dos custos de produção da cultura da seringueira nos munícipios de Barretos e Monte Aprazível, os principais polos produtivos de borracha natural do Estado. Os dados são referentes ao mês de agosto e refletem um grande desestímulo para manutenção da heveicultura paulista, com claros indicativos de que as atividades não estão sendo rentáveis nas duas regiões.

Para a produção do relatório foram utilizados dados colhidos junto aos produtores durante as edições do Projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), realizadas em Barretos e Monte Aprazível. Os eventos contaram com o apoio da FAESP e dos sindicatos rurais.

Primeiramente, foram definidas as características da propriedade modal (mais comum) da região, a fim de estabelecer uma base de cálculo para as estimativas dos custos. Em seguida, foram levantados todos os componentes do custo de produção da heveicultura na região, a fim de se obter o Custo Operacional Efetivo (COE), o Custo Operacional Total (COT) e o Custo Total (CT) para a atividade. Todos os indicadores foram passados pelos produtores.

Em Barretos, o COE obtido foi de R$ 2,73/kg de coágulo, dos quais R$ 1,16 correspondem à manutenção dos seringais, R$ 0,71 à extração do látex e R$ 0,86 às despesas administrativas. O COT foi de R$ 3,46/kg de coágulo, valor resultante da soma de R$ 0,40 para implantação do seringal, R$ 0,08 das depreciações, R$ 0,25 da remuneração de gerenciamento da atividade, além do COE. Ao somar o COT com a remuneração da terra (R$ 1,94/kg de coágulo) e a remuneração do capital (R$ 1,98/kg de coágulo), chegou se ao CT de R$ 7,38/kg de coágulo para a região de Barretos.

Com esses resultados e tomando-se como base o preço médio recebido pelo látex coagulado na região, indicado pelos produtores como de R$ 2,10/kg de coágulo, obteve-se as margens e o resultado da atividade de um prejuízo estimado de R$ 5,28/kg no coágulo.

As duas margens calculadas resultaram negativas. A margem bruta (receita bruta menos o COE) foi de – R$ 0,63/kg de coágulo e a margem líquida (receita bruta menos o COT) de – R$ 1,36/kg de coágulo.

Já em Monte Aprazível, o COE obtido foi de R$ 2,30/kg de coágulo, dos quais R$ 0,44 corresponde à manutenção dos seringais, R$ 0,70 à extração do látex e R$ 1,16 às despesas administrativas. O COT foi de R$ 3,41/kg de coágulo, valor resultante da soma de R$ 0,20 para implantação do seringal, R$ 0,16 das depreciações, R$ 0,75 da remuneração de gerenciamento da atividade, além do COE. Ao somar o COT com a remuneração da terra (R$ 1,40/kg de coágulo) e a remuneração do capital (R$ 1,11/kg de coágulo), chegou se ao CT de R$ 5,92/kg de coágulo para a região de Monte Aprazível. Levando em conta o preço médio recebido pelo látex na região de R$ 2,00/kg de coágulo, obteve-se as margens e o resultado da atividade. Assim como em Barretos, as duas margens calculadas também foram negativas. A margem bruta (receita bruta menos o COE) foi de – R$ 0,30/kg de coágulo e a margem líquida (receita bruta menos o COT) de – R$ 1,41/kg de coágulo.

Diante desse cenário, o heveicultor da região de Monte Aprazível enfrenta grande dificuldade para se manter na atividade registrando prejuízo estimado de – R$ 3,92/kg no coágulo.

Acesse abaixo os levantamentos completos e detalhados dos relatórios:

E para ter acesso a este e outros levantamentos importantes para o setor, clique aqui para visitar o Painel de Dados FAESP.

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