FAESP debate a safra e comercialização de laranja, impacto do greening na produção e outros temas relevantes ao setor
Comissão Técnica de Citricultura da Federação analisou a situação atual da produção, o panorama do mercado, e alinhou estratégias de apoio aos citricultores
A Comissão Técnica de Citricultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) reuniu-se no último dia 06 em São Carlos para tratar do panorama de mercado, analisar informações sobre a safra e a comercialização de laranja e suco, a ocorrência de viveiros clandestinos de mudas de citros e o impacto do Greening no estado de São Paulo, dentre outros assuntos de interesse do setor. A reunião foi conduzida pelo coordenador da Comissão, José Eduardo de Paula Alonso, com assessoria da técnica Larissa Amaral e do gerente do Departamento Econômico da FAESP, Claudio Brisolara.
Valentim Scalon, engenheiro agrônomo e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Materiais de Propagação Vegetal (PESMPV/CDA), participou do encontro de forma virtual, para apresentação do panorama das fiscalizações de viveiros clandestinos pela Defesa Agropecuária, destacando que o estado de São Paulo é modelo no sistema de produção de mudas cítricas, não só para outros estados, mas também para outros países. Em relação à existência de viveiros clandestinos, ele apontou que a Defesa Agropecuária tem feito um trabalho intenso nos últimos anos, com ações pontuais e específicas para o combate ao Greening.
Dentre as ações de fiscalização a viveiros clandestinos de mudas, mencionadas durante o encontro da Comissão, foram relatadas ações realizadas no município de Herculândia, que possui diversos estabelecimentos com produção e comércio de mudas irregulares. Há quatro anos, a equipe da Defesa Agropecuária tem promovido ações com maior frequência na região, com palestras e reuniões, na tentativa de conscientizar esses comerciantes dos problemas que causam para o setor e da importância de cumprir com as exigências sanitárias para as mudas de citros.
No dia seguinte (07/12), a Comissão visitou o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) em Araraquara. Na ocasião, engenheiros agrônomos do Fundecitrus, Ivaldo Sala e Marcelo Scapin, fizeram uma apresentação institucional destacando os produtos, serviços, trabalhos e estudos da entidade, dentre os quais o projeto de quantificação de estoque de carbono na citricultura, desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Outros temas da visita técnica incluíram o panorama do Greening no estado, com ênfase para a disseminação da doença, medidas de controle, avanço nas pesquisas e outras ações do Fundecitrus. Os integrantes da Comissão conheceram ainda os laboratórios de pesquisa e diagnóstico e de biotecnologia vegetal da instituição.
José Eduardo de Paula Alonso ressaltou a gravidade da expansão do Greening no estado de São Paulo. “De um ano para cá aumentou muito o número de pomares contaminados pelo Greening. Nossa Comissão vai buscar alternativas em conjunto com o Fundecitrus e outras instituições de pesquisa a fim de combater a doença. E também reivindicar junto ao governo do estado a revisão do efetivo de engenheiros agrônomos da Secretaria de Agricultura para uma fiscalização mais ostensiva no que tange principalmente aos viveiros clandestinos”, declarou. A demanda por maior número de fiscais deve ser feita em nome de todas as Comissões Técnicas da FAESP, tendo em vista que todas as cadeias produtivas se ressentem da falta de profissionais para atuarem em suas áreas e também na fiscalização.
Outras deliberações da reunião incluíram sugerir ao Governo do Estado o desenvolvimento de um levantamento de safra público e/ou aperfeiçoar os existentes (com a participação dos órgãos públicos, a fim de buscar maior assertividade e confiança dos citricultores nas estimativas, e recomendar ao SENAR-SP o desenvolvimento de um curso específico para poda mecanizada de citros.
Alonso mencionou também os desafios dos produtores rurais devido ao fenômeno climático El Niño, que vem prejudicando a fase de floração e formação do “chumbinho” (em que o fruto começa a se formar logo após a floração). “Pode haver diminuição da próxima safra devido às altas temperaturas. Com o Greening e com o El Niño a produção fica comprometida”, apontou.
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