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Dia Internacional da Mulher – Mulheres em ascensão no agronegócio

06 de março, 2020 - por FAESP/SENAR-SP

Agronegócio é um setor dominado por homens, certo? Uma realidade que está mudando. Pesquisas apontam que o crescimento da atuação feminina no campo é cada vez maior.

Aos 23 anos, Venária Vivan administra com a mãe a propriedade da família. “Perdi meu pai muito cedo, aos 15, mas eu queria continuar morando na propriedade e, para ter conhecimento nas atividades, busquei qualificação e fiz vários cursos de gestão rural.”

Recente pesquisa realizada pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) revelou que as mulheres são responsáveis pela gestão de, no mínimo, 30% do segmento. E o resultado é ainda mais relevante quando se compara à participação no PIB brasileiro.

O agronegócio representa cerca de 25% do PIB e as mulheres desse setor da economia são responsáveis pela gestão de pelo menos 8% do produto interno bruto nacional, girando em torno de US$ 165 bilhões.

O estudo também identificou que 73% das mulheres do agronegócio atuam dentro da porteira, sendo 58% delas proprietárias ou sócias das propriedades – o que representa 4,5% do PIB.

O protagonismo da mulher no agro gera investimentos e o incentivo de empresas do setor, que visualizam na força feminina uma oportunidade de crescimento. “Vivemos um novo momento, o Brasil e o mundo passam por grandes mudanças sociais e econômicas e as mulheres se destacam como aceleradoras desses processos.” Destacou Adriana Menezes, Diretora na FAESP.

O último levantamento do Censo Agropecuário realizado pelo IBGE também apontou maior participação das mulheres no setor. 650 mil propriedades são geridas exclusivamente por mulheres enquanto 1,06 milhão tem sua administração dividida entre casais. Números mostram a mulher como protagonista ou parceira na gestão de 1,7 milhão de unidades de produção, ou seja, em 34% dos 5 milhões de estabelecimentos rurais existentes no país.

“A presença da mulher no campo ganha espaço e elas se mostram cada vez mais preocupadas em como atuar no mercado. Por isso buscam melhor qualificação profissional por meio de de cursos, palestras ou troca de informações com outras mulheres do setor.” destacou Beatriz Burckas, sócia administrativa na Santa Fé Agropecuária, região de Pardinho-SP.

Apesar dos avanços, o protagonismo feminino ainda caminha a passos lentos – é o que diz a ONU (Organização das Nação Unidas) Mulheres e que em 2020, em referência ao Dia Internacional da Mulher, escolheu o tema “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres”, pois se trata de um ano crucial para o avanço da igualdade de gênero no mundo. Segundo a ONU Mulheres, “Apesar de alguns progressos, as mudanças reais têm sido lentas para a maioria das mulheres e meninas em todo o mundo. Elas ainda são subvalorizadas, trabalham mais e ganham menos, têm menos opções e sofrem múltiplas formas de violência em casa e em lugares públicos.”

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