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Faesp apresenta estudo sobre a importação de pneumáticos em reunião da Comissão Técnica de Silvicultura

30 de outubro, 2024 - por FAESP

Encontro contou com análise setorial detalhada e debates sobre os desafios da silvicultura paulista

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) reuniu, de modo virtual, os integrantes da Comissão Técnica de Silvicultura, com foco nas cadeias produtivas de borracha natural, eucalipto e pinus. A reunião teve como objetivo avaliar o mercado de borracha natural, eucalipto e pinus; apresentar os resultados dos levantamentos de custo de produção para borracha e eucalipto realizados nos Sindicatos Rurais de São José do Rio Preto, Tupã e Botucatu, em 2024.

O Departamento Econômico da Faesp, coordenado pelo gerente Cláudio Brisolara, apresentou os conteúdos técnicos aos integrantes da Comissão, que discutiu os resultados do estudo realizado pelo Departamento Econômico da Faesp que avalia o efeito das importações de pneumáticos sobre os preços pagos ao produtor paulista de borracha natural. O presidente da Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Ginack e o diretor primeiro secretário da Faesp, Márcio Vassoler, participaram do encontro. Que teve ainda a presença da pesquisadora convidada da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Colina, Elaine Cristine Piffer Gonçalves.

Com relação ao mercado de borracha natural, Larissa Amaral, analista técnica do Departamento Econômico da Faesp, destacou que o longo período de preços baixos e custos elevados levou à crise do setor. “É possível notar uma recuperação nos preços. Nos últimos doze meses, os preços cresceram de R$ 1,99 para R$ 4,20 por quilo de coágulo. Apesar disso, os preços atuais ainda são menores que os praticados anteriormente à crise e se mantêm abaixo do custo de produção da atividade, conforme observado nos levantamentos realizados em Tupã e São José do Rio Preto”.

Especial atenção foi dada ao estudo sobre os pneumáticos, em função da movimentação do setor em prol da elevação da alíquota de importação desses produtos. “Há uma preocupação de que o aumento na quantidade importada de pneus de borracha esteja pressionando os preços pagos pelo coágulo no estado de São Paulo. Contudo, em estudo realizado pelo Departamento Econômico da Faesp, vimos que a elevação da alíquota de importação de pneus de carga e de passeio não deverá causar aumento nos preços do coágulo. Esse resultado difere do encontrado para a borracha natural, em que foi constatado que o aumento da alíquota de importação da borracha tecnicamente especificada contribui para a valorização do coágulo paulista”, afirmou Larissa Amaral.

Os mercados de pinus e eucalipto também foram analisados, destacando sua importância para o estado. A área com eucalipto em São Paulo, além de superar a de milho, está muito próxima da área plantada com soja. Além disso, em 2024, o valor bruto da produção paulista de eucalipto foi de R$ 4 bilhões, valor muito próximo ao de milho e café, dois outros importantes cultivos para o estado. Alfredo Chaguri Júnior, coordenador da Comissão Técnica de Silvicultura da Faesp, destacou a importância do eucalipto para São Paulo e salientou que os preços estão bons, de modo geral, mas é importante manter o acompanhamento do mercado.

Por outro lado, a área com cultivo de pinus vem diminuindo, com recuo estimado de 20% nos últimos três anos. Isso, contudo, não tem impactado a produção de madeira em tora, que praticamente duplicou nesse mesmo período. Com aumento na produção e preços em alta para a madeira em pé, em 2023, a atividade foi responsável por um Valor Bruto da Produção de R$ 160 milhões. Em 2024, os preços continuam crescendo, tendo dobrado de abril para agosto. “Apesar disso, devemos lembrar que há desafios a serem superados a fim de manter a sustentabilidade das plantações”, observou Antônio Ginack.

O encontro foi finalizado com a participação de Rafael Sizenando, da empresa IntexAgro, convidado para apresentar um novo equipamento automatizado para a sangria de seringueiras. A escassez de mão-de-obra especializada para sangria tem sido um dos principais gargalos da cadeia produtiva de borracha natural, razão pela qual a IntexAgro tem investido na criação do equipamento ISA (Implemento de Sangria Automatizado). Com a participação da IntexAgro na reunião da Comissão Técnica de Silvicultura da Faesp, os membros integrantes puderam conhecer o equipamento, avaliar a possibilidade de implantação nos seringais e sugerir possíveis adaptações para melhor atendimento das demandas do setor.

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