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Dia da Mulher: empreendedoras no agro, mulheres se destacam cada vez mais no meio rural

08 de março, 2021 - por FAESP/SENAR-SP

Se antigamente era raro ver uma mulher se aventurar e obter sucesso na prática de atividades agropecuárias, atualmente o cenário é completamente diferente e muito entusiasmante. O número de mulheres que se interessam e botam em prática atividades agropecuárias vem crescendo gradativamente ao longo dos anos, porém a luta pela inclusão nesse meio está longe de acabar.

CNA Jovem, avanço das mulheres e o SENAR-SP

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-SP) registra um aumento na participação de mulheres a cada edição do programa de desenvolvimento de novas lideranças, o CNA Jovem. Na quarta edição, que teve início em 2020 e segue neste ano, a representatividade feminina superou a dos participantes homens.

Dos 3.742 jovens inscritos em julho de 2020, 53% eram mulheres e 47% homens, enquanto que em 2014, quando foi realizado pela primeira vez, do total de participantes, 32% eram mulheres e 68% homens. Já na segunda edição, em 2016, 43% eram mulheres e 57% de homens.

Focado na liderança empreendedora, em iniciativa que a instituição promove desde 2014, o CNA desafia as participantes a buscar soluções e propostas inovadoras para alcançar maior protagonismo no setor agropecuário.

Neste ano, pelo estado de São Paulo, três jovens mulheres foram finalistas: Caroline Lopes Monteiro, Júlia Pivetta Momesso e Camila Sayuri Tsuda. Caroline chegou a fazer cursos do SENAR-SP. “Participava dos cursos também e acredito que me ajudaram no âmbito profissional, pois sou Zootecnista e os cursos sempre tiveram conexão com a minha área, seja horticultura ou até mesmo processamento artesanal de queijos”, conta.

Cases de Sucesso: mulheres do campo que inspiram

Maria de Lourdes Annunciato e Maria Aparecida de Oliveira Plens, de Itapetininga, interior paulista, tiram seu sustendo da agropecuária produzindo, respectivamente, cereais e gado de corte.

Cereais

“Há 15 anos descobri uma nova paixão desafiadora que foi o Agronegócio. Realizei várias pesquisas e comprei um sítio de 34 alqueires em Itapetininga. Logo após comprei trator, implementos e assim comecei uma nova jornada plantando”, conta Maria de Lourdes. “Inicialmente plantava em 10 alqueires e hoje já é bem mais que o dobro da área.”, complementa.

Maria de Lourdes é formada em Administração de Empresas com pós-graduação e MBA – mais uma etapa da graduação voltada à área de gestão e administração – em Gestão Empresarial e é responsável pela produção de soja e milho, a qual vende para a Ouro Safra e outras empresas da região.

“No início senti muitas dificuldades por ser mulher em um negócio dominado por homens. Poucas pessoas acreditavam nessa minha nova empreitada, mas meu esposo sempre me incentivou”, relata a produtora. “As dificuldades eram até mesmo com funcionários que não queriam receber comando de uma mulher, mas com firmeza e confiança, através de pesquisas e estudos, consegui respeito e espaço”.

“Busco sempre novidades, faço testes com variedades diferentes de sementes de soja e de milho para obter melhor qualidade e produtividade. Faço também análises constates no solo, disponibilizando o que falta na terra para torná-la muito mais produtiva. Acompanho o mercado financeiro para saber o momento certo de vender a produção e tudo é programado com antecedência. Dessa forma, trago minha independência financeira e satisfação pessoal acima de tudo”, conta a produtora de cereais.

Maria de Lourdes também relata que hoje se sente respeitada e não tem mais as dificuldades de antes, além de conseguir trabalhar com grandes parcerias, o que torna o processo muito mais fácil e eficaz.

Gado de Corte

Maria Aparecida de Oliveira Plens, ou Cida Plens como é conhecida, carrega consigo grande parte do interesse e amor à criação de gado, herança de seu pai, José Benedito Plens. A atividade é realizada em sua fazenda, Joia Rancho Agropastoril em Itapetininga.

“Como uma mulher atuante no comércio por mais de 38 anos, me vi desafiada a continuar no trabalho agropecuário há 4 anos”, conta a produtora. “Sendo mulher realmente tive algumas dificuldades, mas hoje, com os recursos que tenho na área administrativa com o apoio do Sindicato Rural de Itapetininga, mão de obra com conhecimento e dedicada e à Internet, consegui adquirir conhecimento para administrar nosso empreendimento.”, completa.

Para Cida, o agronegócio não se diferencia de outros segmentos de trabalho, pois não se pode parar de adquirir conhecimento. A terra sempre foi uma garantia de investimento seguro e, trabalhando com ela, o retorno é concreto.

“Hoje meu trabalho é com um rebanho Nelore, gado este com genética de primeira qualidade. Fazemos o manejo do gado, inseminação artificial, plantamos milho para silagens e aveia no período do inverno. Me sinto feliz e realizada de ser uma mulher inserida no meio rural, trabalhando e colhendo os resultados desse investimento”, finaliza Maria Aparecida.

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