Depois de curso do SENAR/SP, produtora é uma das fundadoras do Caminho do Queijo Artesanal Paulista
Dando continuidade aos destaques sobre o tema referente ao protagonismo da mulher rural e sua importância na conquista de autonomia na atualidade, destaca-se a trajetória da produtora rural Rosana Rezende, proprietária da Fazenda Atalaia, em Amparo.
Assim que se casou, ela e o marido mudaram de Unaí (MG) para São Paulo, para assumirem a administração da fazenda de café da família de seu marido. Rosana pensou em desenvolver uma atividade própria com a produção de queijos, utilizando a pequena produção de leite da fazenda. No entanto, o conhecimento que tinha sobre o processamento era pouco, adquirido da experiência que teve com seu pai.
Buscou conhecimento e participou de seu primeiro curso oferecido pelo SENAR-AR/SP, de Processamento Artesanal de Leite. A partir daí, começou a produzir queijo frescal e requeijão, inicialmente, para consumo da família e de amigos. Em seguida, começou a vender os produtos na cidade, e com a boa aceitação, aumentou a produção.
Com o incentivo de um vereador, uniu-se a outros produtores e instituíram o SIM (Serviço de Inspeção Municipal) para que pudessem registrar seus produtos.
O negócio deu certo e a fazenda passou da produção de café para a de leite e, desta forma, foi modificada para se adequar a essa cadeia produtiva: adquiriram animais, fizeram inseminação artificial para aprimoramento genético, passaram a produzir alimentos para os animais, etc. A tulha foi adaptada e se transformou em laticínio.
Rosana participou de outros cursos, a fim de aprimorar ainda mais os serviços oferecidos pela propriedade: Turismo Rural, atividades na linha de ação Alimentação e Nutrição e Administração Rural.
Para contornar o problema de sobra de leite e queijo, desenvolveram técnicas para a produção de queijos maturados, que possuem maior durabilidade. O domínio dessa técnica levou mais de 15 anos e hoje é o carro chefe da fazenda. Um deles, o Tulha, participou da maior competição de queijos do mundo, e venceu a 29ª edição do World Cheese Awards, em San Sebastian, na Espanha.
Esse queijo abriu as portas do mercado em São Paulo e é utilizado por restaurantes de renome internacional. A produção cresceu e hoje emprega mais de 40 pessoas, todas registradas.
Rosana uniu-se a produtores de queijos de outros municípios e fundaram o Caminho do Queijo Artesanal Paulista, com o objetivo de valorizar e impulsionar a produção local.A fazenda passou a receber turistas para um café da manhã, onde todos os alimentos oferecidos são produzidos pela Sra. Rosana. Além disso, promovem oficinas pedagógicas e visita guiada por historiadora.
Atualmente, ela e o marido dividem as tarefas na condução dos negócios e um de seus filhos, Paulo José Filho, estudante do último ano de Agronomia na USP (ESALQ – Piracicaba), segue os mesmos passos dos pais, garantindo a continuidade dessa trajetória construída com muito trabalho e dedicação.
Essa trajetória destaca a busca das mulheres em adotar novos hábitos para promover avanços na gestão e nas negociações. Além disso, reforça o protagonismo da mulher no campo, caracterizada pela busca de conhecimento, autonomia, espírito empreendedor, ideias inovadoras, iniciativa e proatividade na busca de oportunidades que abriram portas para outros produtores rurais.
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