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Comissão Técnica de Cafeicultura discute ações e prioridades para a cadeia no estado

24 de agosto, 2023 - por FAESP

Reunião tratou das perspectivas de mercado, o Green Deal da União Europeia e outros temas de interesse do setor

Sob comando do coordenador Guilherme Salomão Vicentini, a Comissão Técnica de Cafeicultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) se reuniu para discutir ações e traçar estratégias para a cadeia no Estado de São Paulo, considerando o cenário de produção e de mercado da safra atual e perspectivas para 2024/25.

O encontro aconteceu na sede da FAESP, na sexta-feira (18 de agosto), com abertura do vice-presidente da federação, Tirso Meirelles, que destacou a importância da adesão à tecnologia para melhorar a competitividade da produção paulista. Meirelles apontou a Escola de Tecnologia de São Roque, com o desenvolvimento e uso de inteligência artificial e BigData, além de startups para pequenos e médios produtores e a iniciativa de produzir os bioinsumos (insumos biológicos de alta segurança e efetividade) que será instalada em São Roque.

Meirelles manifestou preocupação com a defesa dos produtores agrícolas. “Nós focamos sempre no fortalecimento do homem e da mulher do campo. Somos favoráveis à indústria, ela é importante, assim como comércio e serviço. Mas, a cadeia produtiva do agro não pode ser penalizada por uma pressão ou manipulação dos preços dos produtos”, afirmou o vice-presidente.

A apresentação feita pelo Departamento Econômico da FAESP tratou de demonstrar o desempenho da produção na safra atual de café e as perspectivas para as próximas safras, assim como as mudanças na legislação Europeia, com o Pacto Verde (Green Deal). Na pauta de política agrícola foram apresentadas as diretrizes da reforma tributária, a liberação dos recursos do Plano Safra e impactos no setor cafeeiro. A necessidade de ampliar os recursos do seguro rural foi reforçada junto aos participantes da Comissão.

O cenário de mercado, de acordo com o Departamento Econômico, é desafiador para os cafeicultores paulistas. O recuo dos custos de produção não foi suficiente para cobrir a queda de preços do mercado, reflexo de uma recuperação da produção global após dois anos de baixa.

É o café arábica que puxa o aumento da produção em termos globais, com as plantações do Brasil e da Colômbia. No Brasil, a produção total de café prevista de 54,74 milhões de sacas, recuperação de 7,5% em relação a 2022, mas ainda 13% menor que o alcançado com a supersafra em 2020.

Green Deal

Sobre o Green Deal da União Europeia, a cadeia produtiva do café será uma das atingidas pelas novas regras de controle da rastreabilidade dos produtos comercializados no bloco econômico. As mudanças exigem produtos livres de desmatamento, produzidos em acordo à legislação local e cobertura de diligência devida (due diligence). Empresas, traders e operadores terão até o final de 2024 para se adaptarem, enquanto micro e pequenas empresas terão esse prazo estendido para junho de 2025.

Funcafé

Os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) foram liberados, mas com uma taxa de juros pouco atrativa, de 11% a/a. De acordo com os valores consignados no Orçamento Geral da União (OGU), ficou aprovado o montante de R$ 6,4 bilhões em recursos para cinco linhas de crédito: Comercialização (R$ 2,35 bilhões), Custeio (R$ 1,6 bilhão), FAC (1,48 bilhão), Capital de giro para indústrias de café solúvel, torrefação de café e cooperativas (R$ 883,75 milhões) e Recuperação de cafezais (R$ 30 milhões).

Próximos passos

Entre os encaminhamentos da reunião, está o acompanhamento dos desdobramentos do Green Deal, além da organização para realização de um evento com os cafeicultores paulistas. Pensou-se também em desenhar uma proposta para que o Senar e a FAESP expandam a cobertura do levantamento de custos de produção, além de Franca e Caconde, regiões cobertas atualmente pelo Projeto Campo Futuro da CNA com apoio da Federação, para maior abrangência e disponibilidade de dados no Estado.

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