Comissão Especial de Cafeicultura da FAESP se reúne para discutir propostas de fortalecimento da renda da atividade
A Comissão Especial de Cafeicultura da FAESP se reuniu, no último dia 24, para debater os principais gargalos da cadeia produtiva e as dificuldades de comercialização da safra 2018.
O encontro ocorreu na sede da FAESP, em São Paulo, e foi aberto pelo presidente da instituição. “O Brasil evoluiu no aspecto técnico, graças à tecnologia e ao esforço de várias gerações. Hoje, conseguimos produzir com eficiência em áreas que no passado eram consideradas inaptas ao cultivo. O preço do café tem sofrido quedas, mas com as atividades econômicas não se pode perder o ânimo, é preciso continuar buscando qualidade e produtividade”, comentou Meirelles.
O debate em torno das propostas para o plano safra 2018/2019 abriu o dia. Os membros da Comissão elencaram uma série de entraves que impedem o acesso ao crédito e analisaram ferramentas para garantir a sustentação da renda da atividade. Entre as barreiras, aparecem a dificuldade de financiamento para pequenas propriedades, ausência de crédito rotativo automático, pouca penetração do seguro rural e falta de capacitação dos funcionários dos próprios bancos, que desconhecem as opções de crédito rural disponíveis.
Alguns projetos em microrregiões vêm surtindo efeitos positivos e a ideia é ampliar essas iniciativas para outras localidades do estado. A capacitação dos funcionários dos bancos já foi objeto de ação da FAESP, que acionou a Superintendência do Banco do Brasil para garantir treinamento em agências no interior paulista. Outra questão diz respeito à dificuldade de propriedades inferiores a quatro módulos fiscais em oferecer garantia dos financiamentos. Nesse caso, a Superintendência do Banco do Brasil se disponibilizou em atender casos encaminhados pela FAESP, a fim de viabilizar a adoção de outras garantias.
“Há instituições que ainda tentam praticar a venda casada de serviços financeiros. Temos lutado de forma consistente contra esse crime e solicitado aos órgãos competentes que estabeleçam regras claras e punam as instituições financeiras que insistem nessa prática”, salientou o coordenador da Comissão, Guilherme Salomão Vicentini.
Ainda sobre o crédito, a categoria vem pleiteando maior acesso aos recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), que tem taxas de juros competitivas e condições até melhores que as do PRONAF, para pequenos produtores. E quanto à suplementação de recursos para o crédito rural oficial, uma das demandas apresentadas pela FAESP foi de elevação para 65% do percentual obrigatório para o financiamento da agricultura dos recursos originários da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), atualmente em 35%.
A FAESP também solicitou a ampliação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, para que a verba volte, na próxima safra, ao patamar anterior de R$ 800 milhões. Será reiterada a proposta para reservar parte dos recursos do Programa de Subvenção Federal (PSR), exclusivamente para o café.
O coordenador da Comissão, Guilherme Salomão Vicentini, aproveitou a reunião e apresentou um comparativo sobre a produção cafeeira do Brasil, em relação a outros mercados da América Latina, com dados atualizados do evento da Organização Internacional do Café (OIC), que ocorreu na Cidade do México, em abril.
Como forma de garantir a diferenciação da qualidade do café brasileiro e promover acesso a novos mercados, um representante da Apex-Brasil será convidado para participar da próxima reunião de Comissão. As sugestões identificadas serão encaminhadas para o Ministério da Agricultura e para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, com o intuito de reforçar a necessidade da publicação de uma nova Instrução Normativa, para preencher a lacuna aberta pela revogação da IN nº 16.
A ocorrência de incêndios criminosos, que tem aparecido com frequência na pauta das reuniões de distintas comissões, voltou a ser destaque. A Federação irá elaborar um material informativo a ser distribuído em áreas mapeadas, do estado de São Paulo.
Estiveram presentes na reunião Guilherme Salomão Vicentini, de Altinópolis, Ademar Pereira, de Caconde, Carlos Nascimento, de Torrinha, Francisco Sérgio Lange, de Divinolândia, João Batista de Andrade, de São Sebastião da Grama, José Eduardo Malagodi, de Serra Negra, José Rubens de Oliveira, de Pirajú, além da diretoria da FAESP.
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