Casal de produtores inaugura empório e queijaria: “Nada disso teria sido possível se não fosse o SENAR-SP”
Cursos como Turismo Rural e Processamento de Queijos, e programas como o Empreendedor Rural (Proer) e o Programa Novo Olhar realizados através do Sindicato Rural de General Salgado fizeram a diferença
Em 2015, quando o casal Luiz e Vera Lucia de Lima decidiram criar gado Jersey na Estância Rio Branco, no município de Nova Castilho, foram logo avisados por um consultor: “Não basta vender o leite, vocês precisam agregar valor ao produto”. Vera conta que eles decidiram topar o desafio, iniciando uma produção de queijos artesanais. O aprendizado veio depois de muitas tentativas erradas, que ela relembra hoje com muito humor. Eles perceberam também que a propriedade tem um apelo turístico, por ficar ao lado de uma rodovia, e assim inauguraram recentemente o Empório Josephina, onde os visitantes encontram as delícias da fazenda, servidas com um atendimento cativante. “Mas nada disso teria sido possível se não fosse o SENAR-SP”, lembra a produtora.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-SP) entrou na vida deles logo depois de assumirem a propriedade. O casal abriu as portas para vários cursos da entidade, promovidos em parceria com o Sindicato Rural de General Salgado, como Turismo Rural, Processamento de Queijos, Monitoria na Propriedade de Turismo, Programa Empresário Rural e o Programa Novo Olhar. “Os programas destacaram para Luiz e Vera a importância do trabalho em equipe. Eles saíram animados com a possibilidade de unir forças com outros produtores locais”, declara Alessandro Aparecido de Oliveira, coordenador do SENAR no Sindicato Rural de General Salgado, município vizinho de Nova Castilho.
“Todos os cursos que eu me interessava, o SENAR promovia aqui. Esse apoio foi fundamental para nós. E eu fazia questão de hospedar os instrutores, assim tinha mais tempo para tirar dúvidas”, brinca a farmacêutica bioquímica, que chegou a ser empreendedora no segmento de roupas femininas e produtos farmacêuticos, mas se “encontrou”, como diz, no agronegócio.
O Empório Josephina comercializa cerca de 30 unidades de queijo por dia e a produtora confessa que mal dá conta da demanda. “Para o queijo Patrão, que é nosso carro-chefe, eu tenho encomendas na fila”, revela. Segundo ela, não se trata de um simples queijo tipo padrão, mas tem diferenciais tanto na elaboração quanto nos ingredientes. “Eu não queria fazer um queijo comum, então, utilizei meus conhecimentos como farmacêutica bioquímica no processo e deu certo”, festeja a produtora.
Maior valor agregado e mais público
Não ter medo de errar e entender que tudo contribui para o processo de aprendizagem foi fundamental na jornada da agricultora. “Eu comecei do zero, estraguei muitas receitas que tive que jogar fora. Cheguei a pensar, sim, em voltar para São José do Rio Preto, minha cidade natal, mas então as aulas do SENAR foram modelando minha técnica e me mostrando o caminho”, recorda Vera.
A ideia de aproveitar o potencial turístico da propriedade também foi se definindo a partir das aulas do SENAR, nos cursos de turismo rural, turismo pedagógico e no programa Novo Olhar, que motiva os participantes a somarem forças para potencializarem os resultados. Assim, no Empório Josephina, além dos queijos, doces, geleias e requeijões produzidos por Vera, os visitantes em breve encontrarão bolos, pães, frutas e outras delícias de pequenos agricultores da região. “O casal já tinha o potencial para abrir o Empório, mas com os outros produtos, eles estão agregando valor ao estabelecimento e certamente, vão atrair mais público”, acredita Alessandro.
“Eu amplio minha oferta e os meus vizinhos poderão colocar os produtos em contato direto com os clientes, sob consignação”, descreve Vera. Inaugurado há menos de um mês, o local recebe cerca de 30 pessoas por dia, aos finais de semana, “que vêm comprar os alimentos, mas também ficam para um café, um bolo, um doce e uma boa conversa. Todo mundo gosta disso”, relata a anfitriã. No curto período de funcionamento, segundo ela, já deu para perceber que o potencial do empreendimento é animador.
Para quem está pensando em colocar um projeto em prática, Vera é entusiasta: “ouse fazer, experimente, se errar, tente de novo, até acertar. Eu me descobri no agronegócio. Para quem não sabia como começar, há sete anos, hoje tenho orgulho dos meus produtos”, diz a proprietária. Sobre a importância da capacitação nesta caminhada, ela define: “foi o SENAR que me abriu os horizontes. Eu não teria chegado aonde estou sem essa ajuda tão valiosa”.
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