Bananicultores, dependentes de arrendamentos para sobrevivência no campo
Com preços irreais para o cacho e quilo da fruta, bananicultores do Vale do Ribeira enfrentaram mais um dissabor para impactar a produção. Tempestades provocaram o transbordamento dos rios Juquiá e Jacupiranga, afetando a base do bananal e resultando em perdas significativas para os produtores.
“As perdas dos produtores estão cada vez mais elevadas.”, afirma Jefferson Reginaldo Magário, coordenador técnico da Comissão de Fruticultura da FAESP, presidente da Confederação Nacional dos Bananicultores e do Sindicato Rural do Vale do Ribeira. “As chuvas, normalmente paulatinas, desta vez vieram de uma só vez elevando os prejuízos dos produtores. Em razão dessa realidade preocupante, os bananicultores tomaram uma decisão: a organização em bloco para manifestações junto ao governo, visando à sobrevivência e permanência no campo.”
Jefferson relata que em razão dos altos custos da produção, muitos produtores não estão conseguindo se manter na atividade e se vêm obrigados à arrendamentos para produtores maiores. “Os preços estão aviltados e não cobrem os custos da produção. O preço ideal é R$1,40 por kg e, no momento, estão pagando R$0,60.”, comenta Magário.
A valorização do dólar é outro fator agravante, pois acarreta automaticamente aumento dos preços dos insumos e fertilizantes, com perdas substanciais ao setor produtivo. “A produção geralmente está localizada em áreas do trópico úmido, o que torna favorável à incidência de fungos. Isso demanda até 55 pulverizações aéreas por ano para o controle de patógenos e, com o aumento significativo do preço, a tendência é de que os níveis de produção caiam.”
“Os produtores estão recebendo R$1,00 pelo kg da banana nanica, que é a mais procurada”, diz ressaltando que o valor pago everia ser maior. “A Confederação Nacional dos Bananicultores (CONABAN), realiza trabalho para desenvolvimento de ações para incremento da produção, com maior renda aos produtores”, afirma Magário.
A CONABAN objetiva fortalecimento da cadeia produtiva, considerando as suas particularidades estruturais e defendendo um programa de adesão voluntária, a adoção do sistema de Oferta Responsável da Fruta já implantada em Abanorte/MG – alinhado com a realidade brasileira.
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