A arte do bordado transforma vidas e cria alternativas de renda no campo
Programa do SENAR-SP ensina técnicas para criar artesanato com sustentabilidade e preservar culturas locais
Começou em abril e vai até agosto o “Programa Bordando e Tecendo a Arte no meio Rural” do Sindicato Rural de Pindamonhangaba, em parceria com o SENAR-SP. A iniciativa resgata a tradição do bordado – que no passado recente era transmitida oralmente, no âmbito familiar, especialmente no ambiente rural em cidades do interior – para criação de peças diferenciadas e de qualidade. Além do resgate cultural do bordado, o programa proporciona o convívio social entre os participantes, que criam novos laços e melhoram a autoestima.
Dividido em três módulos, o programa ensina bordado básico e pontos diversos para a produção de diversas peças que depois podem ser comercializadas pelos participantes. “Começamos com a bainha aberta e vamos ensinando outros pontos ao longo das aulas e dos módulos. Com os pontos aprendidos, o aluno consegue produzir toalhas, panos de prato, aventais, tapetes, entre outros produtos”, comentou Maria Anunciata Amatuzzi, instrutora do programa. Ela destacou ainda que, ao final do programa, as participantes fazem exposição dos produtos em feiras da cidade e região.
Mas o programa vai além de propor alternativas de geração de renda na zona rural, ele leva autoestima para as participantes. “É a primeira vez que faço o curso de bordado e estou achando maravilhoso, trouxe muita coisa boa pra minha vida e, principalmente, me tirou da depressão”, comemorou Maria Duque Sene, de 86 anos. Maria Duque pinta quadros e se inscreveu no curso para ter uma atividade e sair mais de casa.
A opinião de Maria é compartilhada por Carmem de Fátima Norberto Queiroz. “É minha primeira vez também fazendo bordado e está trazendo um grande ganho para ocupar a minha mente. O curso é ótimo e à noite quando estou em casa, fico bordando e depois também tenho intenção de comercializar os produtos”.
O que levou Ediméia Bueno de Macedo ao curso foi o tratamento de um câncer. “As aulas são como uma terapia pra mim, ocupa minha mente e, ainda vai me trazer um ganho, já que também pretendo vender minha produção ao final do Programa”, comentou.
Para a instrutora, o Programa é uma grande ferramenta para as mulheres da zona rural. “Em quatro anos de curso, já formamos mais de 50 pessoas e muitas delas já estão com uma renda extra, proveniente dos trabalhos produzidos”, concluiu.
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