CAFÉ: São Paulo é destaque no mercado exportador e produtores se especializam também na produção de cafés especiais
Com apoio do sistema FAESP/SENAR-SP, as lavouras ampliam participação na produção de cafés especiais; Divinolândia é um dos destaques no Estado
Os moradores de Divinolândia aguardam ansiosamente o dia 9 de outubro. Nesse dia será realizado o 16º Concurso de Qualidade de Café da cidade. Participam produtores da região associados à Aprod – Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia-SP e Acrisa – Associação dos Cafeicultores do Ribeirão do Santo Antônio com apoio do Sindicato Rural de Divinolândia e FAESP/SENAR-SP. O concurso é uma grande festa para celebrar também as conquistas dos produtores locais em relação a sua posição de importantes produtores no cenário nacional e internacional.
Essa empolgação dos produtores de Divinolândia faz eco com os resultados atingidos por São Paulo no cenário nacional. O Estado de São Paulo é o terceiro maior produtor (segundo dados do CONAB deste ano) e terceiro maior exportador de café (conforme dados do MAPA do ano passado). A exportação do produto atingiu mais de 231 milhões de quilos, representando uma receita de mais de US$ 612,6 milhões (dados do MAPA 2020). Graças a um trabalho intensivo e constante junto aos produtores, com apoio do sistema FAESP/SENAR-SP, a qualidade do café produzido em São Paulo cresce cada vez mais, atendendo a um mercado consumidor exigente, tanto no Brasil quanto no exterior.
Divinolândia está localizada entre Caconde e São Sebastião da Grama (SP), ao lado de Poços de Caldas (MG). É uma região montanhosa e acidentada por estar situada na Serra da Mantiqueira. A agricultura é uma das principais atividades e a cafeicultura hoje é o grande astro da região. O clima ameno, com verões mornos e invernos frescos é propício para a produção de cafés especiais. Pelo menos 60% da produção atual em Divinolândia é de cafés de alta qualidade, segundo o Sindicato Rural da cidade.
O presidente do Sindicato Rural e diretor de Sustentabilidade da APROD, Francisco Sergio Lange, diz que a metodologia para selecionar os melhores cafés do concurso segue critérios da SCAA (Specialty Coffee Association of America), os mais exigentes em nível mundial. “O Brasil ainda não adota esses critérios como regra, mas o café de Divinolândia já segue essa metodologia, por isso é tão bem avaliado em outros países”, diz Francisco. Ele explica que o concurso avalia dez critérios que incluem a torra, preparo e prova sensorial, gerando uma pontuação para definir o café vencedor. Com orgulho, Francisco diz que o café da cidade já venceu concursos estaduais diversas vezes. Divinolândia hoje exporta para Inglaterra, Alemanha, Japão, Austrália, Polônia, França e vários outros países.
Mas ele explica que chegar a esse nível de qualidade não foi tarefa fácil, e que o incentivo e os cursos oferecidos pelo SENAR-SP fizeram a diferença para se chegar ao alto nível de qualidade atual. “É um trabalho que vem sendo feito há pelo menos 15 anos, pois é necessário todo um preparo especial do solo, processo de produção diferenciado, e o uso do maquinário, tudo de modo que privilegie também a sustentabilidade”, afirma. “É uma tendência do mercado hoje de voltar às raízes, da mesma forma que o consumidor no mundo todo valoriza os bons vinhos e queijos franceses”, destaca.
O trabalho dos produtores, com apoio do sistema FAESP/SENAR-SP e sindicatos rurais foi fundamental para esse salto de qualidade, por meio de cursos e treinamentos que oferecem conhecimento técnico e prático para formação de mudas, instalação da lavoura, o manejo e o trato das culturas, a colheita e o beneficiamento. Esses são alguns dos temas tratados pelo sistema FAESP/SENAR-SP para a especialização do produtor. Com esse trabalho de base e a dedicação dos produtores, o café brasileiro tem tudo para ganhar ainda mais espaço no mercado internacional.
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