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Dia Internacional da Mulher: Produtoras rurais paulistas se empoderam para crescer no campo

08 de março, 2024 - por FAESP

A presença feminina cresce a cada ano; em alguns setores, como na agroindústria e nos serviços, ultrapassam 40%

No Brasil, 10 milhões de mulheres trabalham no campo, ocupando funções das mais variadas e garantindo a segurança alimentar do país. É uma presença que vem crescendo ano a ano, seja em cargos de comando, seja na mão de obra do dia a dia. Em alguns setores, como na agroindústria e nos serviços, essa participação ultrapassa 40%, segundo dados do CEPEA/CNA, que apontou 28,4 milhões de trabalhadores totais no campo em 2023.

Como em todo o mercado de trabalho, ainda há uma diferença de salários entre homens e mulheres que desenvolvem a mesma função e a qualificação profissional é o grande salto para que as mulheres do campo melhorem suas condições de renda. “Criamos as Semeadoras do Agro para impulsionar a participação da mulher no campo, melhorar sua qualificação e as condições de trabalho. A cada ano, envolvemos milhares de produtoras e trabalhadoras rurais nesse movimento, percorrendo de ponta a ponta o estado de São Paulo”, afirma Juliana Farah, vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro, da FAESP e presidente do Sindicato Rural de Mineiros do Tietê. Para ela, “as Semeadoras ajudam a empoderar a mulher do campo e a melhorar sua autoestima”.

Cristina Nagano comanda uma granja de 380 mil aves, entre galinhas e codornas. Com uma equipe de quase 40 pessoas, produz 500 caixas (de 360 ovos) por dia, direto da “Capital Brasileira dos Ovos”, como é conhecida a cidade. Cristina atua no Sindicato Rural de Bastos há 16 anos e integra a diretoria há 3 anos. Nesse período, viu a presença feminina se multiplicar no setor de aves, desde o trabalho operacional, a gestão e o setor veterinário. Este ano, Cristina assumiu a presidência do Sindicato Rural.

“Hoje, quase metade dos quadros de funcionários das granjas são mulheres. No sindicato, há um grupo feminino muito atuante. No nosso encontro para celebrar o Dia da Mulher, que será realizado em 21 de março, o tema central será a sororidade, sobre como combater e evitar a competição interna”, conta Cristina. Para ela, é fundamental que o setor do Agro “promova a qualificação da mulher do campo para que ela possa buscar melhores salários, e que haja mais diálogo para valorizar as mulheres”.

Coordenadora do Sindicato Rural de Ibitinga, Rosilene de Fátima da Silva completa 8 anos de trabalho à frente dos cursos exatamente hoje, 8 de Março. O Sindicato promove cerca de 100 cursos do SENAR-SP anualmente na cidade, famosa por ser a terra dos bordados. “Hoje, vemos muito mais mulheres interessadas em formação, em capacitação. E não estamos falando de artesanato e culinária, mas de maquinário, de agricultura. Elas querem ir para o campo”, diz Rosilene.

Para a instrutora do SENAR-SP Tatiana Pereira Zolin, “a presença das mulheres nos cursos tem crescido bastante, principalmente nos ligados à saúde. As mulheres são mais atentas, os homens mais receosos sobre este tema”. Tatiana ministra oito modalidades de cursos em todo o Estado há 14 anos. Entre eles, estão: primeiros socorros, doenças infectocontagiosas e acuidade visual. “Esta é uma data importante para a gente valorizar a nossa atuação em diversas áreas. A mulher é forte, é guerreira. Mas temos de nos cuidar o ano inteiro”, lembra ela.

A produtora rural, professora, e presidente de honra da Comissão Semeadoras do Agro, Ivelle de Lacerda Meirelles, ressalta que as mulheres sempre tiveram forte presença no agro, mas hoje ganham mais evidência ocupando posições de liderança. “Mostramos que somos capazes de conduzir o agronegócio em várias frentes e contribuir com o crescimento das propriedades rurais”, disse.

“A atuação das mulheres, seja na agropecuária ou em qualquer outro setor, é fundamental. Elas se destacam pelo olhar diferenciado, resiliência e a capacidade empreendedora. E no campo, com coragem e determinação, elas transformam desafios em oportunidades, cultivando não apenas alimentos, mas também progresso e inovação”, afirma o presidente eleito da FAESP, Tirso Meirelles.

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