Questões ambientais marcam primeiro dia do Fórum de Sustentabilidade da Faesp
Palestras sobre manejo de javalis e controle de queimadas foram as duas primeiras apresentações do evento
Manejo de javalis e controle de incêndios foram os primeiros assuntos abordados no primeiro dia do I Fórum de Sustentabilidade da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Com a participação do capitão Thiago Soto e do major Julio César Araújo, da Polícia Militar Ambiental, eles reforçaram a importância da parceria com a Federação e os produtores rurais no dia a dia do campo, a fim de se construir um ambiente mais seguro.
O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, ressaltou que essa sintonia se intensificou nas últimas décadas e tem sido essencial para preservar o patrimônio dos produtores. As orientações dos policiais ajudam a dirimir dúvidas e fazer com que todas as ações do homem do campo tenham o respaldo necessário.
“A Polícia Ambiental é parceira dos produtores rurais, sempre atualizando o homem do campo em relação às novas políticas. No caso do manejo de javalis, essa palestra, voltada para os sindicatos, vai ajudar a definir as ações necessárias para que não se transforme em crime ambiental e penalize o produtor”, frisou Meirelles.
O capitão Thiago Soto lembrou que, embora o javali esteja entre as 100 espécies que mais ameaçam a biodiversidade, existem critérios para a sua caça e abate. Introduzidos no Brasil no início do século passado, houve criação até a década de 90, quando muitos produtores acabaram por soltar os animais, o que gerou a proliferação dos javalis. Hoje, destruindo plantações e nascentes, causando danos à saúde dos rebanhos e perdas econômicas, ele é considerado exótico e com possibilidade de abate.
“Existem regras em relação ao manejo que precisam atender a questões de meio ambiente, saúde e segurança. Palestras como essas ajudam os produtores a entender a importância de atender a todas as exigências na hora do manejo dos animais, para não cometerem crime ambiental”, explicou Soto.
Em relação às queimadas, o major Julio César reforçou que a mudança na legislação ambiental acabou com a ideia de nexo de casualidade, para voltar-se à teoria da culpabilidade. Hoje, segundo ele, há uma verificação se o produtor teve dolo ou se o incêndio foi fruto de imprudência. E vale lembrar que, como muitas plantações ficam à margem de rodovias, pode até haver a interferência de um ator externo, como pontas de cigarro.
“Nossa conversa com os produtores é para mostrar formas adequadas de se trabalhar a preparação do solo com as queimadas. É essencial que eles entendam a melhor alternativa, como os aceiros e o combate ao incêndio na área da cultura. Informação é a melhor forma de prevenção e combate”, concluiu o major.
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