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Sistema FAESP/SENARP-SP divulga balanço das ações de 2023 e perspectivas para 2024

19 de dezembro, 2023 - por FAESP/SENAR-SP

Entidade fecha o ano com diversas conquistas para o agro paulista e mais de 198 mil produtores e trabalhadores rurais capacitados

Para o setor produtivo rural, o ano de 2023 foi marcado pelo forte crescimento, com a safra de grãos 2022/23 alcançando 320 milhões de toneladas, embora preços de importantes commodities tenham diminuído e impactado negativamente a receita agropecuária. Além disso, a manutenção dos custos em patamar elevado fez com que a lucratividade das atividades agropecuárias diminuísse, tornando o ambiente de negócios e investimentos menos atrativos no campo.

Mas, mesmo com preços menores de importantes commodities, o setor teve desempenho positivo devido à grande produção, com forte contribuição para o PIB (Produto Interno Bruto). No acumulado dos 3 primeiros trimestres do ano (janeiro a setembro), o PIB do setor agropecuário registrou crescimento de 18%, enquanto a economia do país como um todo avançou 3%.

Para Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), o próximo ano será desafiador para o agronegócio brasileiro.

“Alguns itens de custo caíram, mas, de forma geral, os custos das atividades continuam altos. Como os preços não demonstram sinais de recuperação para as principais cadeias produtivas, as margens continuarão ajustadas e, em alguns casos, negativas”, avalia.

Meirelles também vê pontos positivos que podem fortalecer o setor, como insumos mais baratos.

“A perspectiva é positiva para várias cadeias produtivas, porém, o ano de 2024 demandará, mais uma vez, cautela e boa gestão financeira no campo, sobretudo porque a produção vem enfrentando os impactos do El Niño e deve registrar retração em muitas cadeias. Com isso, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do setor e o PIB do Agronegócio devem exibir variações negativas”, explica Meirelles, que em 2024 deixa o comando da FAESP.

Na gestão de Meirelles, a agropecuária paulista se modernizou. Outra marca de sua administração foi a defesa do meio ambiente.

Nos próximos quatro anos, a FAESP será comandada por Tirso de Salles Meirelles, atual vice-presidente da entidade, que venceu as eleições realizadas no último dia 4. Segundo Tirso, muitos dos desafios enfrentados em 2023 foram superados graças à parceria entre o setor produtivo e o poder público.

“Ao garantir, no início do ano, que não compactuaria com invasões de terra no Estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas deu a segurança jurídica que permitiu que os agricultores continuassem investindo na produção”, diz Tirso Meirelles. “Outra vitória do agro, conquistada com o entendimento e parceria da grande maioria do Congresso Nacional, foi a aprovação do Marco Temporal”, completa.

Números do Agro Paulista

Diversificado e dinâmico, o agronegócio paulista se fortalece ano após ano e atualmente possui um grande parque agroindustrial, tanto na fabricação de insumos como no beneficiamento de produtos agropecuários. Estatísticas comprovam a participação e importância da agricultura e pecuária do Estado no contexto nacional, entre elas o Valor Bruto da Produção Agropecuária, que representa 12,6% do VBP brasileiro; as exportações, que somam 15,6% das exportações nacionais; o número de empregos do agronegócio paulista, atualmente em 27% dos empregos do agro brasileiro, e a participação do setor no do PIB do Estado de São Paulo, de 13,5%.

A estimativa é que o VBP da produção agropecuária para 2023 no Estado de São Paulo chegue a 145 bilhões, valor 1% superior ao do ano anterior.

As exportações devem fechar 2023 com crescimento expressivo. Com o resultado de dezembro, deve-se alcançar US$ 28 bilhões em exportações, expansão de 15% frente ao ano anterior. Como efeito, o agro paulista deve contribuir com mais de US$ 22 bilhões de superávit comercial para balança comercial do Estado.

De acordo com os dados acumulados, de janeiro a novembro, as principais cadeias exportadoras do agro paulista são: açúcar (US$ 8,2 bilhões); soja (US$ 2,8); carne bovina (US$ 2,3); Suco de Laranja (US$ 1,9) e celulose (US$ 1,3).

A produção de grãos paulista na safra 2022/23 foi recorde, alcançando 11,5 milhões de toneladas. Foram colhidos 2,6 milhões de hectares, com produtividade média 4.064 kg/hectare. Desse total, 4,7 e 4,9 milhões toneladas são de milho e soja, respectivamente, culturas que juntas representam 84% da produção de grãos no Estado.

A produção de cana-de-açúcar, principal atividade agropecuária do estado, cresceu 12% na safra 2023/24. Estima-se para essa safra a colheita de 350 milhões de toneladas. Os preços pagos aos produtores pela cana cresceram 9,3% de janeiro a novembro, indicando aumento do VBP da cultura por volume e preços, simultaneamente. Isso demonstra um quadro de recuperação, mas ainda incipiente para se transformar em uma tendência de expansão para o setor, que está estagnado há algumas safras.

A produção pecuária passou também por conjuntura adversa. Frangos, suínos e carne bovina tiveram dificuldades de exportação no mercado internacional e sofrem com a demanda restrita no mercado interno pelo menor poder aquisitivo da população. O leite vivencia um dos cenários mais adversos das últimas décadas, com forte declínio dos preços, acentuado pelas importações dos países do Mercosul.

Uma cadeia que apresentou resultado estável em termos de produção, mas positivo em termos de faturamento e exportação, é de suco de laranja. A produção foi ao redor de 310 milhões de caixas, mas os preços internos da caixa de laranja subiram 40%, enquanto o valor das exportações de suco de laranja estão cerca de 20% acima do ano anterior, devendo ultrapassar os US$ 2 bilhões em 2023.

“O agro paulista é muito forte. Cada vez mais, somos referência em produtividade e soluções tecnológicas e sustentáveis. Além disso, lideramos o país com a diversificação das indústrias agrícolas e a agricultura familiar. E a FAESP tem uma participação grande em tudo isso, realizando ações e buscando caminhos para enfrentar as adversidades, com o apoio do Governo Estadual, entidades privadas e centros de pesquisa. Isso colaborou, por exemplo, com a recuperação do setor sucroenergético e da laranja e com a consolidação do processo de suspensão da vacinação contra febre aftosa e viabilização do FUNDEPEC”, diz Tirso Meirelles.

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