SENAR-SP promove curso gratuito de produção artesanal de cachaça em regiões sucroalcooleiras
O curso “Produção de Cachaça” foi gratuito e reuniu 10 produtores rurais, que aprenderam a fazer cachaça de qualidade do zero. A ação de sucesso foi uma parceria entre o SIRAN SENAR-SP (Sindicato Rural de Alta Noroeste).
Durante as aulas, que foram divididas em dois módulos (legislação, 2 dias, e produção, 3 dias), os alunos puderam se aprofundar em temas como recepção da matéria prima até a obtenção do produto final, moagem da cana, medição de teor do açúcar, fermentação, destilação, entre outros.
Um conteúdo de destaque foi o envelhecimento da cachaça, um diferencial para os produtores rurais. A prática tem relação com a coloração, sabores e aromas diferenciados da cachaça. Para isso, são utilizados barris de madeira, que possibilitam a caracterização da cachaça envelhecida, permitem elaboração de blends e aumentam a complexidade aromática da bebida.
Celso Sutti, que ministrou o curso, destacou a importância da ação para a diversificação das atividades do produtor rural e agregação de valor ao produto: “tendo em vista a quantidade de cana-de-açúcar no Noroeste Paulista, assim como o fato de a cachaça ser a segunda bebida alcoólica mais consumida do Brasil – a primeira é a cerveja -, este curso é muito interessante”, afirmou.
Cachaça: a bebida que aquece a economia do país
Produzir a cachaça, principalmente de maneira artesanal, é uma maneira de investir num negócio com grandes possibilidades de crescimento. Segundo dados da PBDAC (Programa de Desenvolvimento de Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça), o Brasil movimenta cerca de R$ 1 bilhão na comercialização de 1,3 bilhão de litros por ano.
Tipicamente brasileira, a bebida se tornou uma aposta no setor de destilados. Produzida através do caldo de cana fresco (garapa), a cachaça resulta em uma composição química própria e traz distintas propriedades sensoriais.
Portas abertas para um amplo mercado
O Brasil conta com cerca de 40 mil produtores e 4 mil marcas de cachaças alocadas, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba.
Para se diferenciar e aumentar o faturamento, uma dica do presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Alexandre Bertin é apostar na diversificação do negócio “Isso tem acontecido com parte dos fabricantes e tem proporcionado ao consumidor uma melhor experiência com os produtos do segmento”, conta Alexandre.
Atualmente a cachaça se vê distante do estigma que perdurou anos e é reconhecida como uma bebida refinada. Isso possibilita aos produtores participantes do “Produção de Cachaça”, que adentrem em um mercado que move milhões no país.
“O caráter sofisticado tem que começar no processo de produção e pode ir até as embalagens com modelos diferenciados e rótulos desenvolvidos por empresas especializadas do setor”, conta o presidente da CPC.
Cuidados redobrados
Devido à pandemia de Covid-19, todas as orientações das autoridades de saúde, como o com o uso de máscaras, álcool em gel à disposição, materiais de estudo desinfetados, e distanciamento, foram seguidos à risca durante os 5 dias do “Produção de Cachaça”.
Os participantes receberam gratuitamente o material didático e certificado de conclusão do curso.
Fotos/créditos: Marcelo Teixeira
SIRAN (Sindicato Rural de Alta Noroeste) – Araçatuba (SP)
Deixe seu comentário