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Os impactos da crise hídrica no meio rural

16 de setembro, 2021 - por FAESP/SENAR-SP

Com a nova crise hídrica que aflige o País, ressurge a possibilidade de, nos próximos meses, vivenciarmos novamente o racionamento de energia elétrica. É um fator de preocupação para os setores produtivos e toda a sociedade brasileira. O assunto extrapola a falta de água nas torneiras das casas, as contas de energia mais caras e o risco de apagão, pois a seca pode ter impactos significativos na economia.

Segundo especialistas, os principais motivos do problema são os seguintes: desperdício de água, diminuição do nível de chuvas provocada pelo fenômeno natural La Niña, o aumento do consumo devido ao crescimento populacional, e o aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis. De acordo com o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), o Estado de São Paulo enfrenta a pior seca em 91 anos. Como a situação é grave também em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, o Governo Federal emitiu um alerta de emergência hídrica.

A preocupação com a crise levou o setor produtivo a redobrar sua atenção com o uso da água e sua aplicação no campo. Foi reforçado o monitoramento para a correta utilização desse recurso, de forma de contribuir para que o abastecimento não seja interrompido ou fique refém das altas taxas de energia. É certo que qualquer hipótese de elevação de tarifas terá reflexo direto na cadeia de produção. Ademais, os inevitáveis reajustes de valores serão repassados ao consumidor. Portanto, no caso da agropecuária, há risco de aumento dos preços dos alimentos.

Temos manifestado nossa preocupação com o ressurgimento da crise hídrica em São Paulo, em todos os meios de comunicação, inclusive perante as autoridades. Enfatizamos o risco para a produtividade no campo e do aumento do custo de energia para os produtores.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) tem apoiado iniciativas que visam mitigar a dependência de recursos hídricos para o fornecimento de eletricidade, pelo uso da energia solar, que vem se popularizando com os sistemas fotovoltaicos. Outra frente diz respeito a pesquisas de melhoria na utilização da água no campo, como a irrigação inteligente, com tubulações subterrâneas, para gerar o gotejamento localizado, evitando desperdícios. Este processo ajuda a otimizar a plantação a obter melhores resultados, assegurando um escoamento acertado para as raízes das plantas.

Ademais, temos realizado esforços para tornar a tecnologia mais acessível aos produtores rurais, pois não há outra forma de fortalecer o campo, a não ser com a inclusão digital. São inúmeros os seus benefícios, que permitirão aos produtores conhecer novas tecnologias para implantar na sua propriedade rural, que certamente terão reflexos no aumento da produtividade.

Por fim, ressaltamos que as autoridades devem estudar medidas para reduzir os impactos da crise hídrica no campo, pois as consequências serão enormes, como a diminuição da produção e elevação do preço de alimentos para toda a população. Como sociedade, devemos nos unir no consumo consciente desse precioso recurso natural, mas não somente com foco nas áreas rurais, que têm a missão de produzir alimentos, como também nos desperdícios causados nos grandes centros urbanos.

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