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Mercado de pescado cresce e tilápia chega a 55% da produção nacional

13 de janeiro, 2021 - por FAESP/SENAR-SP

O mercado do pescado brasileiro tem se mostrado cada vez mais atrativo, mesmo com os impactos da pandemia. Isso é o que revela a Associação de Piscicultura (Peixe BR), que acredita que a piscicultura nacional deve crescer 5%, mais até do que os 4,9% alcançados em 2019. No ano em questão, foram geradas cerca de 722.560 toneladas, com rendimento de por volta de R$ 5,6 milhões.

O Brasil é o 4º maior produtor de tilápia do mundo, atrás de China, Indonésia e Egito. A produção nacional somou 432.149 toneladas em 2019. A espécie, aliás, já representa 57% da produção nacional.

Pandemia

Com a proibição de comércio de food service, como bares e restaurantes, principalmente no início do ano, os produtores tiveram que se reinventar, atendendo pequenas demandas para locais mais próximos. O comportamento do consumidor mudou, ao invés de consumir direto dos restaurantes, ele passou a comprar diretamente no mercado.

Apostar no mercado interno, bem como nas exportações ajudou a manter os números positivos. E com as recomendações sobre a quarentena ficando mais brandas, a comercialização tem recuperado seu antigo lugar no país.

Apoio do SENAR-SP e a piscicultura em Santa Fé do Sul

No estado de São Paulo, Santa Fé do Sul é considerada a capital da tilápia, lá a produção de pescado chega a 30 mil toneladas/ano e representa 86% das exportações de 2020, de acordo com a Peixe BR. A região abrange 8 municípios, possui cerca de 80 unidades produtivas, às margens do rio grande e paraná, dentro do Reservatório Hidrelétrico de Ilha Solteira, que se destaca pela qualidade e água e peixes.

Uma dessas unidades, em Santa Clara d’Oeste, é do piscicultor Glaucio, o cultivo em tanques redes tem capacidade para produção de 400 toneladas/ano. Ele conta que iniciou suas atividades através do SENAR-SP.

“Comecei como técnico em projetos de piscicultura do SENAR-SP, anos depois eu decidi unir meus conhecimentos técnicos sobre a área, com apoio do sindicato, do SENAR e então decidi investir no negócio e me tornar piscicultor. Hoje trabalhamos com a produção e com a distribuição de tilápia em São Paulo e para Goiânia.” Glaucio Cicigliano, piscicultor.

A história da piscicultura na região de Santa Fé do Sul começou na década de 70, mas foi a partir dos anos 2000 que a atividade se estruturou e teve grande apoio do Sistema FAESP/SENAR-SP, através do Sindicato Rural.

“Foi fundamental a união de importantes instituições como prefeituras, institutos de pesquisas, FAESP, SENAR-SP e CATI para capacitações e assistências técnicas. Um trabalho em prol do crescimento da piscicultura na região que despertou a atenção de empresários para investimentos.” Destacou Fernando Jesus Carmo, Assistente de Planejamento da CDRS-EDR/Jales.

Com aproximadamente 3 mil empregos diretos, a cadeia produtiva de peixes em Santa Fé do Sul movimenta cerca de 600 milhões de reais por ano. E os cursos do SENAR-SP como de Produção de tilápia em tanques redes, Piscicultura-cultivo em tanque escavado e Processamento artesanal de Peixe, contribuem para o aprimoramento da atividade na região.

“Hoje, Santa fé do Sul é referência na produção de tilápia no Estado, tudo isso graças ao apoio e profissionalização de milhares de pessoas através de programas e cursos do SENAR-SP.” Emerson Assi, Coordenador do SENAR-SP no Sindicato Rural de Santa Fé do Sul.

Um salto nas exportações

A exportação de pescados brasileiros também atingiu ótimos resultados em 2020. De acordo com dados da Peixe BR, só no primeiro semestre do ano os embarques tiveram alta de 33% em comparação ao mesmo período do ano de 2019. Financeiramente, foi um salto de 4,1 milhões de reais para 5,5 milhões. Os peixes de cultivo e seus derivados exportados pelo Brasil têm como principais destinos os Estados Unidos, o Chile e a China.

Desde 2007, a família Ambar Amaral iniciou investimentos no setor da aquicultura em Santa Fé do Sul. Atualmente, possui único modelo de negócio no Brasil, com a verticalização da cadeia e certificações nacionais e internacionais.

Entre a indústria de rações, com capacidade para processar e comercializar, até 12 mil toneladas/mês, 3 unidades de piscicultura, produção de alevinos, o frigorífico que processa cerca de 650 toneladas/mês e a rotisseria, empregam mais de 500 pessoas no município.

“Vemos como um setor muito promissor, já trabalhamos com exportações de subprodutos da tilápia, temos capacidade e perspectivas de ampliar, mas acreditamos que o mercado ainda tem grandes desafios, a gente ainda tem muito para explorar e crescer, mas com muita responsabilidade, precisamos de mais incentivos do governo, mais informações, inclusive sobre as oscilações do câmbio, para equilibrar e estruturar com maior planejamento as nossas atividades.” finaliza Ramon Amaral, socio diretor-Grupo Ambar Amaral.

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