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Funcafé precisa atender cafeicultores, alerta Faesp

23 de agosto, 2021 - por FAESP/SENAR-SP

“O problema é a burocracia e o efetivo acesso aos recursos. O Funcafé precisa ser direcionado a quem mais precisa, o cafeicultor”, alerta Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), ao destacar a importância da acessibilidade dessa linha de crédito aos cafeicultores paulistas.

Em 2020, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) destinou R$ 160 milhões para a recuperação dos cafezais, mas apenas R$ 21,7 milhões foram efetivamente emprestados aos produtores, conforme levantamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira-Funcafé – Contratações Ano Safra 2020/2021 do MAPA.

“O crédito não está sendo operacionalizada para atender o produtor e a nossa queixa busca mudar essa realidade. Exemplo disso é o Banco do Brasil, maior instituição de fomento ao crédito rural do País, que não realizou nenhuma operação com recursos da linha de recuperação de Cafezais”, explica Meirelles.

O Conselho Nacional do Café (CNC) ampliou o crédito por conta dos impactos das geadas no campo e irá destinar R$ 1,32 bilhão para as linhas de financiamentos do Funcafé. O Governo Federal estabeleceu que a concessão das linhas de financiamento seja atrelada à contratação de seguro rural.

A federação realizou uma visita técnica na última semana para avaliar os prejuízos causados pelas geadas aos cafezais do município de Caconde, o maior produtor dessa cultura no Estado de São Paulo e um dos mais atingidos. Como solução para talhões danificados pela geada, especialistas indicam que serão necessárias medidas drásticas: arranquio do pé de café ou recepa. E isso implica investimento e tempo, pois a recuperação das lavouras pode ser muito lenta e demorar anos.

O café é a principal atividade econômica de Caconde, que também teve suas áreas de pastagens castigadas e enfrente outro grande desafio, o da crise hídrica, agravado com o baixo nível de água da represa da cidade, o pior em sete anos, chegando a apenas 18% da sua capacidade.

A Faesp já encaminhou ao MAPA um ofício solicitando a adoção de medidas práticas para garantir o acesso efetivo de cafeicultores ao Funcafé. A proposta da entidade é sensibilizar as autoridades sobre a adoção de medidas práticas para persuadir as instituições financeiras a operarem a linha de crédito, direcionando-a ao atendimento dos cafeicultores prejudicados, que precisam de apoio, assistência técnica e capital para se reestabelecer.

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