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FAESP salienta a importância da agropecuária paulista no atendimento à demanda de energia

21 de outubro, 2020 - por FAESP/SENAR-SP

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, salienta que a participação do meio rural paulista será importante para o atendimento à demanda de energia necessária para movimentar a economia brasileira em 2029, estimada em 380 milhões TEP (milhões de toneladas equivalentes de petróleo), representando crescimento de 2,9% ao ano. A necessidade dessa oferta está prevista no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), lançado este ano pelo Governo Federal.

Como as fontes renováveis podem chegar à participação de 48% do total, os biocombustíveis em geral terão um papel relevante, como já vem acontecendo de modo crescente. Nesse aspecto, São Paulo terá participação relevante, pois o PIB do seu agronegócio representa cerca de 20% do setor no País, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA).

“Assim, é grande a participação paulista na geração de biocombustíveis e bioenergia, incluindo o etanol e o biodiesel”, salienta Meirelles, citando, também, a bioeletricidade produzida a partir do bagaço e da palha da cana. Tudo isso tem sido potencializado pela mecanização da colheita e do plantio, que avançou bastante nos últimos 15 anos. Atualmente, a cogeração de eletricidade no País conta com 18,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação comercial, sendo que a biomassa da cana representa 62% desse total.

Também está crescendo a exploração do biogás e do biometano. O potencial de geração de biogás no Brasil é estimado em 82 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), o que significa mais do que o dobro da capacidade do gasoduto Brasil-Bolívia. Desse total, 56 milhões de m3/d representam volume a ser gerado pelo setor sucroenergético.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, a geração de biogás pelos subprodutos do setor sucroenergético, como a vinhaça e torta de filtro, deverá atingir 7,2 bilhões de Nm³ (Normal Metros Cúbicos) em 2029, representando 3,9 bilhões de Nm³ de biometano. “São Paulo tem participação decisiva nisso. Para o aproveitamento pleno desse potencial, será importante a sinergia entre os produtores rurais, sindicatos, FAESP e o governo paulista”, acentua Meirelles.

Créditos de descarbonização

Salientando que o Brasil é o país com o maior potencial de energia sustentável, considerando o etanol, demais biocombustíveis, biogás e cogeração de eletricidade pela queima do bagaço da cana e de outras culturas, o presidente da FAESP ressalta o advento dos Créditos de Descarbonização (CBio). Ele lembra que já podem ser acessados, desde abril último, pelos agentes do mercado na plataforma operada pela B3.

“Isso está viabilizando a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), em vigor desde 24 de dezembro de 2019, que reduzirá a emissão de carbono pelos transportes, por meio do aumento da participação de combustíveis renováveis e da comercialização dos CBios”, frisa Meirelles. Um CBio equivale a uma tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser expelida na atmosfera.

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