FAESP participa do 2° Encontro Regional sobre a Produção de Leite A2
Evento teve foco nos benefícios obtidos pelo consumo do Leite A2 e a regulamentação da produção
O 2º Encontro Regional sobre Produção de Leite A2, realizado no dia 17 de março na cidade de Novo Horizonte, no interior paulista, reuniu mais de 300 visitantes – produtores de leite, gestores públicos, profissionais da cadeia de laticínios, profissionais de saúde, estudantes de ciências agrárias e outros interessados. O evento foi promovido pela Prefeitura, com apoio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, do Sindicato Rural de Novo Horizonte e da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).
O vice-presidente da FAESP, Tirso Meirelles, destacou a importância da parceria com a Secretaria de Agricultura do Estado no suporte ao setor. “Temos trabalhado em conjunto com o secretário, que tem uma dinamização muito grande e tem feito um excelente trabalho. Também parabenizo a Abraleite pela presença e atuação nacional”, disse, em referência ao trabalho dessa entidade nos últimos anos junto à Anvisa apresentando estudos para comprovar os benefícios do leite A2 à saúde digestiva do consumidor.
Também presente ao Encontro, representando a FAESP, o diretor tesoureiro Pedro Lucchesi.
O evento contou com uma programação extensa de palestras sobre o histórico de regulamentação de Leite A2, serviços de inspeção, produção de leite e laticínios, benefícios do Leite A2, entre outros. O secretário estadual de Agricultura, Antonio Junqueira, foi um dos palestrantes, agradeceu pela oportunidade e relatou que Novo Horizonte será um modelo para Secretaria. Tendo a finalidade de alinhar em conjunto com os demais municípios a expansão da produção de leite de alta qualidade em todo o Estado. A atuação da Secretaria, através do Instituto de Zootecnia e da Instituição de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), foi fundamental nos estudos iniciais do Leite A2. O prefeito de Novo Horizonte, Fabiano Belentani, comentou: “Cabe ao poder público olhar as necessidades dos cidadãos, especialmente quando se trata de alimentos. O Leite é um alimento completo e que se faz necessário para a dieta de todas as faixas etárias”. A prefeitura de Novo Horizonte – um município pioneiro e importante polo produtor – fechou contrato recentemente para incorporar o leite A2 na merenda escolar dos alunos da rede municipal.
Wander Bastos, coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAESP, foi autor da palestra “Serviços de Inspeção”. Segundo ele, a grande relevância do evento se confirmou pela presença de gestores e técnicos da área – tanto do setor público quanto do setor privado –, de produtores e dirigentes de sindicatos rurais. “Existe a necessidade de inspeção desses produtos seja na esfera municipal, estadual ou federal. Muitos municípios estão interessados em realizar esse serviço e a FAESP vai avaliar a possibilidade de apoiá-los, com envolvimento dos sindicatos rurais”, ressaltou.
O presidente do Sindicato Rural de Novo Horizonte, José Carlos Rodrigues de Almeida, aponta que a realização desse evento tem como principal finalidade fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do leite A2 na região. “O evento mostrou aos produtores as vantagens do leite A2 em relação ao leite comum, tanto no aspecto nutricional quanto no aspecto econômico, considerando que o A2 tem um valor agregado maior de mercado”, afirmou.
Benefícios do leite A2
“O leite A2 não promove a formação de BCM-7 (betacasomorfina-7), causador de inflamações e desconforto digestivo. O mercado de leites e derivados A2 está em franca expansão, com a adesão de grandes marcas do setor, e tem tudo para crescer nos próximos anos”, diz Wander Bastos. “A Anvisa autorizou mencionar o leite A2A2 nas embalagens, o que estimula ainda mais o crescimento da produção”, complementa Bastos. Ele ressalta que a legislação brasileira em relação ao leite A2 atinge o padrão de países como, Nova Zelandia Estados Unidos, e países da Europa e Asia. “O leite A2 tem a mesma beta caseína do leite materno, o que acelera a adaptação das crianças na transição do leite materno para o de vaca”, lembra o coordenador da FAESP.
Bastos salienta que o crescimento esperado deste segmento – que ainda é restrito – deve tornar mais acessíveis os preços do leite e derivados de A2. “Com maior volume de produção, a tendência ao longo do tempo é que os preços se tornem mais competitivos e mais atrativo para os consumidores”, destaca.
De acordo com o coordenador, a FAESP, em conjunto com outras instituições, vem trabalhando em soluções para reduzir o valor da certificação necessária para que o produto seja classificado como A2/A2. “O preço da certificação ainda é um fator de dificuldade para os pequenos produtores aderirem. Por isso, a FAESP está trabalhando em busca de soluções”, aponta.
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