FAESP debate ações para aumentar armazenagem para os produtores de grãos em São Paulo
Financiamento e crescimento de exportações também estiveram na pauta da reunião das Comissões Técnicas de Grãos e Política Agrícola
As comissões de Grãos e Política Agrícola da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) se reuniram na última sexta-feira (11/08), na sede da entidade na capital paulista. Entre as pautas do encontro, destaque para o cenário da produção e exportação de grãos, crédito disponível para o setor e as dificuldades encontradas pelos produtores nas questões de armazenamento e logística.
O vice-presidente da FAESP, Tirso Meirelles, abriu o encontro colocando em foco o financiamento da produção para os pequenos e médios produtores. “Nós estamos levantando junto aos nossos presidentes de sindicatos e produtores rurais informações sobre a liberação dos recursos do Plano Safra, para saber se realmente o crédito está chegando à ponta para acionar o governo para normalizar qualquer dificuldade identificada”, afirmou ele.
Uma pesquisa quantitativa está sendo produzida pelo Departamento Econômico da FAESP diretamente com os sindicatos rurais para identificar dificuldades na liberação e acesso pelos produtores paulistas aos recursos de crédito rural, no âmbito do Plano Safra 2023/24. Até agora, 41,4% dos respondentes já receberam produtores relatando alguma dificuldade, sendo que 34,5% deles apontaram a morosidade na liberação do crédito como o principal problema. Questionados sobre qual a linha de financiamento em que não foram encontrados recursos ou houve suspensão, 66,7% afirmaram que se tratavam de linhas de crédito para investimento.
Durante a reunião, Meirelles também comentou sobre a conjuntura internacional da produção e demosntrou preocupação com o tempo para normalização do abastecimento mundial de grãos com a saída recente da Rússia do acordo de exportação de grãos do Mar Negro.
As informações foram complementadas pelo departamento econômico da FAESP em uma explanação sobre a oferta e demanda mundial e brasileira de grãos. Pelos dados apresentados, a produção e a exportação nacional de grãos, especificamente de soja e milho, têm sido recorde, mas a rentabilidade do produtor tem sido menor. Outro ponto de atenção foi sobre o mercado chinês, principal comprador do país: “Somos muito dependentes das exportações para a China e qualquer retração na demanda ou dificuldade que eles venham a ter, impacta diretamente na dinâmica de comercialização e nos preços do mercado interno”, afimou Cláudio Brisolara, gerente do departamento econômico.
Armazenagem
No encontro, que contou também com a condução de Márcio Antonio Vassoler, presidente do Sindicato Rural de Tupã e coordenador da Comissão Técnica de Grãos da FAESP, e de Cássio Leme, presidente do Sindicato Rural de Paranapanema e coordenador da Comissão Técnica de Política Agrícola da FAESP, técnicos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) apresentaram o mapa da oferta de armazéns disponíveis e operados pela Companhia no Estado de São Paulo.
Vassoler destacou, ao final da reunião, a intenção de negociar com o CEAGESP uma redução dos preços cobrados para a estocagem de grãos, além do pedido de reativação de ao menos uma das unidades, a de Itapeva.
Com o crescimento da safra paulista de grãos de 13%, na última safra, torna-se cada vez mais estratégico ampliar a capacidade estática de armazenagem. Brisolara destacou a importância da aproximação da FAESP com o CEAGESP no sentido de propor medidas que possam ampliar e barater o acesso dos produtores paulistas a estrutura de armazenagem da Companhia no Estado.
Tecnologia
Tirso Meirelles ainda informou aos dirigentes sobre o centro de tecnologia que o SENAR São Paulo irá instalar em São Roque. “No segundo semestre deste ano, daremos início a escola de alta tecnologia, de big data, de inteligência artificial e startup em São Roque, disponibilzando aos nossos produtores acesso a esse conjunto de inovações”, afirmou ele. Comentou também que no dia anterior foi publicado o edital para iniciar a construção do Centro de Inovação Tecnológica da Cana-de-Açúcar em Ribeirão Preto. “São duas vertentes importantes que permitem a evolução da produção agrícola com o que há de mais recente em tecnologia aplicada ao campo”, finalizou.
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