Crescente consumo de cogumelo Shiitake atrai produtores para cursos de profissionalização do SENAR-SP
O estado de São Paulo concentra a maior produção de cogumelos do país e, portanto, há uma grande demanda em todo o Estado pelo curso de Produção e Colheita de Shiitake, do SENAR-SP. O cultivo é feito, em especial, por pequenos e médios produtores e, graças a esse grande consumo, a demanda do alimento fica cada vez mais em alta e vem auxiliando os produtores rurais que participaram do curso em todo o Estado a conquistar resultados relevantes em termos de geração de renda e qualidade do alimento.
A cada dia o cogumelo Shiitake é visto com mais facilidade em pratos de restaurantes do Brasil, assim como nas receitas caseiras, haja vista ser ingrediente típico das culinárias chinesa, japonesa e macrobiótica. Além disso, é utilizado na preparação de sopas, estrogonofe, risotos, molhos, saladas e também podem ser usados como recheio em massas ou como temperos e acompanhamentos. Esse crescente interesse nacional pelo produto fez com que o SENAR-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em parceria com o SIRAN (Sindicato Rural da Alta Noroeste) e o Sebrae ER Araçatuba (Escritório Regional) realizassem pela primeira vez em Birigui, onde agricultores demonstraram interesse na ação, o curso Produção e Colheita de Shiitake.
Metodologia
Em 24 horas/aula divididas em três dias, 12 produtores rurais da região tiveram acesso a todo o processo de produção e de colheita do cogumelo, tanto teórico quanto prático. A ação foi ministrada pelo instrutor Waldir Vieira. “Ensinamos dois métodos de produção, sendo um com a utilização de substrato ensacado e outro em tora de eucalipto, que é uma madeira de baixo custo fácil de ser encontrada nesta região. Também estamos divulgando o uso de uma castanheira oriental chamada kunugui, que é muito propícia para a produção do shiitake”, explica Vieira.
Os métodos disponibilizados no curso são artesanais, com a utilização de equipamentos, ferramentas e matérias-primas de baixo custo e modernas técnicas de produção. Todo o processo é devidamente controlado visando a produtividade. Seguindo as orientações das autoridades de saúde, todos os integrantes da turma de Birigui usaram máscaras, tiveram álcool em gel à disposição, contaram com materiais de estudo desinfetados, e mantiveram distanciamento. Os participantes receberam gratuitamente material didático e certificado de conclusão.
Benefícios e mercado
São grandes os benefícios do consumo de cogumelos. Pesquisadores indicam que o produto é rico em proteína, vitaminas B e C, fibras e sais minerais (fósforo, potássio, cálcio, sódio e ferro), além de aminoácidos. A China lidera a produção mundial de cogumelos, seguida pela Itália, Estados Unidos e Holanda. O consumo per capita no país asiático também é o maior do mundo, com oito quilos anuais, por habitante. No Brasil, a média anual é de apenas 160 gramas, bem abaixo de países europeus, como a Alemanha, que consome quatro quilos, França (dois quilos) e Itália (um quilo e trezentos gramas).
Quanto mais os brasileiros conhecem as propriedades nutricionais e medicinais do alimento, mais se tornam boas as perspectivas do produto no mercado interno. Mesmo assim, esse alimento ainda não faz parte da dieta regular da maioria da população. Apesar disso, a tendência é de mudanças, sobretudo, a partir de ações realizadas pela Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC). A entidade ataca em várias frentes para tornar o mercado mais competitivo e os preços do produto mais em conta, com o estímulo aos investimentos em tecnologia e o incentivo ao consumo do produto in natura. O mercado de fungos movimenta US$ 35 bilhões no mundo ao ano. A expectativa é de que o negócio cresça 9% até o final deste ano.
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