Coletiva de imprensa do Sistema FAESP/SENAR-SP: retrospectiva do ano e projeções para 2023
Profissionais da comunicação e representantes do segmento agropecuário se encontraram na sede da entidade, na capital paulista
O Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (FAESP/SENAR-SP) realizou nesta quinta-feira (8) uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço da agropecuária paulista e as principais realizações da entidade em 2022, além de projeções para o próximo ano. O encontro aconteceu na sede do Sistema FAESP/SENAR-SP, a Casa do Agricultor – Fábio Meirelles, na capital paulista, e reuniu cerca de 20 jornalistas das editorias de economia e agropecuária de veículos da televisão e internet. Estiveram presentes profissionais da comunicação e representantes do segmento agropecuário se encontraram na capital paulista.
Abrindo o evento, o vice-presidente da FAESP, Tirso de Salles Meirelles, destacou a importância da comunicação para o setor. “A imprensa transmite à sociedade as realizações da agricultura e pecuária e, com base no diálogo com jornalistas e articulistas, o setor é capaz de inovar e promover melhorias na atividade”, afirmou. A relação entre a FAESP e a sociedade brasileira foi tema central na fala de Meirelles, que fez uma retrospectiva das ações da instituição durante os três anos de pandemia. “Assim que tudo fechou, trouxemos players das ferramentas digitais para levar a transformação digital ao homem do campo. Fizemos o Pertinho de Casa, site gratuito com geolocalização que promove o encontro entre consumidores e produtores e vendas direto por Whatsapp”, exemplificou.
A participação da FAESP nas articulações que garantiram a atividade das feiras livres nos períodos de distanciamento social, a atuação na questão fiscal e a retomada do FUNDEPEC foram outras ações dos últimos anos destacadas por Meirelles. “Foram anos de arrumação e união de objetivos, com entidades conjuntas trabalhando em prol da nossa sociedade e da segurança alimentar”, resumiu. Este ano, completou, a Federação começou a trabalhar naquela que será a bandeira de 2023: os arranjos produtivos locais.
Balanço econômico
Cláudio Brisolara, chefe do Departamento Econômico da FAESP, apresentou o balanço da agropecuária paulista em 2022 e as projeções para o próximo ano. Sequelas econômicas da Covid-19, processo inflacionário dentro e fora do Brasil, guerra na Ucrânia, eleições, demanda doméstica retraída, oscilação no preço das commodities, intempéries climáticas e dificuldades de acesso ao crédito formaram um cenário de dificuldades para o produtor rural desde 2020.
“Apesar disso, a economia está se recuperando, e as exportações do agro em 2022 superam 2021. No entanto, o produtor está com uma relação de troca desfavorável e isso nos preocupa”, salientou. Um exemplo está na produção de soja: se antes era necessário vender 26 sacas do grão para comprar uma tonelada de adubo, hoje são preciso 40 sacas. A política econômica da nova gestão no Governo Federal – em especial a taxa de juros – e a continuidade das reformas tributária e administrativa são decisivas para a evolução da atividade no campo, lembrou o economista. A condução da política econômica em 2023 pode afetar em grande medida variáveis que são decisivas para a oferta e demanda da produção de alimentos: taxa de juros, taxa de inflação e taxa de câmbio.
Balanço do SENAR-SP
O gerente técnico do SENAR-SP, Jair Kaczinski, apresentou um resumo dos cursos, programas e ações promovidos em 2022, e lembrou que o ano de 2023 será marcante pelo aniversário de 30 anos do SENAR-SP. Foram realizados este ano 253 ações pontuais de Formação Profissional Rural, 84 de Promoção Social, 14 temas do Programa Promovendo a Saúde no Campo, dez modalidades de eventos Formação Profissional Rural / Promoção Social, 15 programas de Formação Profissional Rural, seis programas de Promoção Social e seis modalidades de Aprendizagem.
As metas para 2023 são a realização de 14.615 ações e atividades, reunindo 279.565 participantes, um crescimento de 24,76% em relação às metas de 2022. Na área de Promoção Social, as maiores demandas vindas dos Sindicatos Rurais estão relacionadas a formações nos temas de higiene, saneamento básico e processamento de alimentos. Na Formação Profissional, manutenção e operação de tratores, motoserra e roçadeiras são os mais pedidos. O portfólio de ações também será enriquecido com uma série de novos cursos e treinamentos, como rochagem, produção de caldas biofertilizantes e uso e conservação de água.
“É na capacitação que acontece o aumento de renda. E a comunicação também é muito importante, porque com o reconhecimento econômico e social conseguimos projetá-lo na sua importância”, resumiu.
Participação dos jornalistas
Após as apresentações, os diretores e membros das Comissões Técnicas da casa responderam perguntas dos jornalistas – tanto dos presentes no local quanto dos que acompanhavam a coletiva via internet.
Entre os questionamentos feitos, estiveram perspectivas para os segmentos de cana, gado de corte, leite e café. Foram destacadas dificuldades e pontos fortes das diversas lavouras, entre eles a presença de variedades produtivas economicamente interessantes, diversificação do mercado e agregação de valor a produtos. Em comum, preocupações com o poder aquisitivo do brasileiro e a política econômica estão no radar de diferentes segmentos para 2023.
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