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Citricultura paulista em recuperação

28 de julho, 2022 - por FAESP

Laranja e outros citros são parte do grande sucesso do agronegócio local, e agora vivem um momento de recuperação depois de enfrentar muitos desafios.

A próxima safra de laranjas deverá ter frutos maiores que os da anterior, com expectativa também de aumento da quantidade de laranjas nas árvores: serão 4,5% a mais de frutos colhidos, segundo a Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Trata-se de um momento de recuperação para a citricultura paulista, após dois períodos de colheitas em queda. O coordenador da Comissão Especial de Citricultura, José Eduardo de Paula Alonso, está confiante. “O Estado de São Paulo segue como principal protagonista da citricultura nacional, superando obstáculos, com suporte da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) no acompanhamento dos estoques e no avanço de soluções para o setor”, afirma. Lúdio Vidotti Vila Real, coordenador adjunto da Comissão, é assertivo quanto aos prognósticos. “Mesmo com essa recuperação, a previsão para o próximo ano é de estoques de passagem abaixo dos níveis normais, indicando uma comercialização mais aquecida e bons preços”, aponta.

Frauzo Ruiz Sanches, membro integrante da Comissão, assinala que a melhora prevista para 2022/2023 é decorrente das chuvas ocorridas entre outubro do ano passado e maio deste ano e às temperaturas mais amenas na fase pós florescimento. As safras 2020/2021 e 2021/2022 sofreram as consequências de períodos de seca muito intensas e geadas. As oscilações térmicas e a falta de chuvas afetaram o processo de amadurecimento dos frutos, prejudicando também o nível de acidez do suco extraído das laranjas. “Em regiões onde a temperatura foi mais alta, houve muita perda na fase de floração e chumbinho (em que o fruto começa a se formar logo após a floração), quando o estresse hídrico é mais prejudicial ao desenvolvimento das frutas. Mesmo com irrigação, houve abortamento ou um número reduzido, causando a queda geral da produtividade”, aponta Sanches.

Laranjas em alta

Apesar dos desafios que os produtores enfrentam, a citricultura paulista é sinônimo de produtividade de laranja, fruta mais importante nesse segmento de produção. Segundo dados do IBGE compilados pela FAESP, em 2020 o Estado de São Paulo foi responsável pela produção de 13,7 milhões de toneladas da fruta, sendo o município de Casa Branca o maior produtor do Brasil. Também foram colhidas 1,22 milhão de toneladas de limão e 390,39 mil toneladas de tangerina.

Os dados do Fundecitrus de previsão para 2022/2023 somam a produção paulista com a de alguns municípios mineiros, no chamado “cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro”. A produção estimada para 2022/2023 representa um aumento de 20,5% em relação à safra anterior. O total de caixas colhidas deve chegar a 316,95 milhões. Apesar desse importante aumento, ainda é um resultado bem inferior a 2019/2020, que foi de 387 milhões de caixas. Sanches avalia que ainda é uma recuperação tímida, considerando os baixos números dos anos anteriores, mas representa a passagem de duas bienalidades negativas consecutivas para uma positiva, o que traz otimismo ao setor.

Dentre as diferentes variedades de laranjas, as que se destacam pelo desempenho na produção são a Pera, Valência americana, Hamlin e Valência Folha Murcha – juntas elas representam 80%; limas ácidas, limões e tangerinas são outras frutas cítricas que completam a produção paulista. Além de Casa Branca, alguns dos municípios com melhor desempenho são Itápolis, Ibitinga, Avaré, Fernandópolis, Jales, Limeira, Santa Cruz e Mogi Guaçu.

Segundo os dados da FAESP, cerca de 80% da produção da citricultura é transformada em suco para exportação. O mercado interno também tem sua importância – nos dois últimos anos, as lavouras irrigadas tiveram participação importante no consumo paulista, uma vez que a queda na produção fez também cair a oferta das frutas no Estado, que mesmo assim não consegue absorver toda a produção.

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