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Atenção pecuaristas: começa em 1º de novembro, a segunda etapa de vacinação contra aftosa

30 de outubro, 2018 - por FAESP/SENAR-SP

A partir de quinta feira, dia 1º de novembro, a maior parte dos estados brasileiros vai iniciar a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Serão imunizados os animais com até 24 meses. Apenas o Acre, Espírito Santo, Paraná e parte de Roraima (reservas indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos) vacinarão todo o rebanho (jovens e adultos). “Precisamos desenvolver uma ação emergencial para que a retirada da vacinação se concretize em pouco tempo, pois o pecuarista é muito onerado com os custos da vacinação, afirma Thyrso Meirelles, pecuarista e vice presidente da FAESP- Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo. Acrescenta que a redução do uso da vacina, a partir do ano que vem,”trará economia de R$ 44 milhões ao Estado de São Paulo, que está sem foco da doença desde 1996”.

Afirma que a FAESP e o CNPC, há cerca de cerca de três anos, promovem campanhas, palestras, reuniões alertando para providências necessárias, visando reduzir prejuízos aos criadores de São Paulo e do Brasil.”Agora, mesmo com o Brasil começando a retirar a vacinação, assim como outros países da América do Sul, está sendo criado o Banco de Vacinas e Antígenos (Banvaco). Sob a coordenação do Centro Pan Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), o Banvaco terá estoques estratégicos de vacinas aos quais os países poderão recorrer em caso de eventuais emergências sanitárias”.

Afirma que a FAESP e o CNPC com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Paraná- FAEP- têm desenvolvido um trabalho conjunto para que, realmente, se efetive a retirada da vacinação, num curto espaço de tempo. “Precisamos trabalhar em conjunto para uma solução rápida com este objetivo, pois será uma conquista de inestimável valor paras todos os pecuaristas”.

O Brasil é considerado livre da aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O estado de Santa Catarina, que não vacina o rebanho desde 2000, é reconhecido, desde 2007, como área livre da doença sem vacinação. O país não apresenta um foco da doença, desde 2006, e estudos do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) mostram que o gado pode prescindir da vacina, após cinco anos. Com base nesses dados, a FAESP vem defendendo aos órgãos competentes a antecipação do status de área de livre aftosa sem vacinação. “A cautela é importante, mas há formas eficientes de controle, sem esse custo anual que ultrapassa R$ 300 milhões e recai todo sobre o pecuarista – isso apenas na compra de vacinas” defende Meirelles.Fundos emergenciais

A FAESP pretende apresentar a criação de um fundo privado, com fins indenizatórios e educacionais, seguindo os exemplos dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. A reserva seria destinada às ações emergências de isolamento, em caso de foco, além de programas de capacitação estadual. A proposta já foi discutida entre as Comissões Técnicas e Especiais da Federação.

Atualmente, São Paulo registra um rebanho de 10,46 milhões de cabeças, segundo os números do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Isso significa que, se o tamanho do rebanho se mantiver, os pecuaristas do estado gastarão R$ 62,76 milhões, até 2021, apenas com vacinas, sem contar o custo de equipamentos e da contratação de técnico.

“A nossa primeira vitória foi em acordo com a Secretária da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, com forte apoio da CDA, quando convencemos o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA para alterar o calendário de vacinação contra aftosa no Estado de São Paulo”.

Conta que o gado adulto passou a ser vacinado em maio, ao invés de novembro, com isso a incidência de abortos na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) caiu de 16% para apenas 4%. “Na sequência, tivemos uma segunda vitória, quando conseguimos a alteração do volume de dose da vacina, de cinco ml para dois ml, para reduzir a ocorrência de abscessos que causavam perdas de vários quilos nas carcaças, durante a toalete no abate”. Esta redução é resultante da retirada do vírus C e permitirá a retirada da saponina da formulação em benefícios aos criadores”.

Alerta que, em breve, as entidades esperam pela retirada da vacinação contra a aftosa, a nível nacional, o que trará grandes benefícios e também novos acessos a mercados internacionais, mais remuneradores.

Conforme estimativas da Divisão de Febre Aftosa (Difa) do Mapa, em 2018 deverão ser utilizadas 337.713.800 doses de vacinas, em 2019, serão 308.235.501, em 2020, 269.395.197, em 2021, 155.118.834. Com a redução do uso da vacina, a partir de 2019, a economia será de R$ 44 milhões, em 2020, de R$ 102 milhões, em 2021, de R$ 274 milhões e, em 2022, de R$ 506 milhões, alcançando quase R$ 1 bilhão, sem contabilizar os gastos com o manejo envolvido na vacinação (mão de obra, cadeia de frio, transporte e outros).

PNEFA

O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA 2017-2026), dividiu o país em cinco blocos de estados para a retirada completa da vacinação no país.
Pelo cronograma, a suspensão da vacina será feita da seguinte forma: 2019/2: Bloco I – região amazônica: Acre, Rondônia e Paraná, alguns municípios do Amazonas e do Mato Grosso, 2020/2: Bloco II – região amazônica: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima, 2020/2: Bloco III – região Nordeste: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, 2021/2: Bloco IV – região central: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, 2021/2: Bloco V -região Centro-Sul: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Mesmo com o Brasil começando a retirar a vacinação, assim como outros países da América do Sul, está sendo criado o Banco de Vacinas e Antígenos (Banvaco). Sob a coordenação do Centro Pan Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), o Banvaco terá estoques estratégicos de vacinas aos quais os países poderão recorrer em caso de eventuais emergências sanitárias.

Cuidados com a vacinação

  • Compre as vacinas somente em lojas registradas.
  • Verifique se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2° C e 8° C.
  • Para transportá-las, use uma caixa térmica, coloque três partes de gelo para uma de vacina e lacre.
  • Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação.
  • Escolha a hora mais fresca do dia e reúna o gado. Mas lembre-se: só vacine bovinos e búfalos.
  • Durante a vacinação, mantenha a seringa e as vacinas na caixa térmica e use agulhas novas, adequadas e limpas. A higiene e a limpeza são fundamentais para um bom resultado.
  • Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: cinco ml. O lugar correto de aplicação é a tábua do pescoço, podendo ser no músculo ou embaixo da pele. Aplique com calma, para evitar a formação de caroço no local da vacina.
  • Siga as recomendações de limpeza, utilize a agulha certa, desinfetada e trocada com frequência.
  • Não se esqueça de preencher a declaração de vacinação e entregá-la no serviço veterinário oficial do seu estado junto com a nota fiscal de compra das vacinas.

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