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Adversidades climáticas e pressão do mercado prejudicaram os produtores de grãos

04 de abril, 2024 - por FAESP

Os dados foram apontados em levantamento de custos da FAESP realizado em Guaíra

A FAESP/SENAR realizou nesta terça-feira, 02 de abril, o painel de levantamento de custos no município de Guaíra. Foram levantados custos de produção em regime de sequeiro e com irrigação para milho segunda safra e soja, bem como os custos de feijão de inverno. O painel é resultado da parceria firmada entre a FAESP, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP) e o Sindicato Rural de Guaíra. Na avaliação preliminar dos técnicos, o cenário é delicado para os cultivos de soja e milho safrinha na safra 2023/2024, em função das adversidades climáticas e da pressão sobre os preços de comercialização.

No caso da soja irrigada, a receita com a atividade deve cobrir o custo operacional efetivo (COE), que engloba as despesas com insumos, mão-de-obra, impostos, juros e outras, e também o custo operacional total (COT), que soma ao COE as depreciações de máquinas e benfeitorias. Contudo, ao se considerar a remuneração do capital investido (bens, capital próprio e terra), que somado ao COT resulta no custo total (CT), o balanço é negativo, indicando prejuízo ao produtor. Já para o caso da soja de sequeiro, nem o custeio das despesas operacionais (COE) deverá ser coberto.

Para o milho segunda safra, o cenário é semelhante. Na produção irrigada, a receita da atividade cobre o COE, mas não a depreciação e a remuneração do capital. Já no sistema de sequeiro, a receita foi inferior até mesmo ao COE, demonstrando os prejuízos dessas lavouras.

O cultivo de feijão carioca foi o único com custo total de produção inferior à receita, apresentando resultado positivo para a atividade na safra 2023/24. Essa lavoura permite um balanço mais favorável aos resultados desses sistemas de produção (soja-milho safrinha ou soja-feijão), porém não a ponto de tornar a margem bruta positiva. Vale destacar que esses resultados retratam a propriedade modal da região, de modo que podem haver produtores em situação mais ou menos favorável, a depender de seu modelo de produção e tecnologias empregadas.

Entre os participantes do painel, estiveram presentes o presidente do Sindicato Rural de Guaíra, Mário Sérgio Silvério; o vice-presidente, Francisco Muraishi; as assessoras técnicas da FAESP, Larissa Pereira do Amaral e Ana Cristina Marcolino; além dos técnicos do Cepea, Renato Garcia Ribeiro e Francisco do Amaral Alves. Para Tirso de Salles Meirelles, presidente do Sistema FAESP/SENAR-SP, esse painel é de extrema importância, já que o último levantamento de custo de produção de grãos para São Paulo foi realizado em 2020: “Atualizando os dados com a devida competência técnica, os produtores terão embasamento formal para programar seus investimentos nas lavouras de grãos com o mínimo de risco possível. Agradecemos a ativa participação do Sindicato e dos agricultores e agricultoras de Guaíra e esperamos poder contribuir para a melhoria dos resultados nas próximas safras”, afirmou.

“A presença dos técnicos da FAESP e o comprometimento demonstrado por eles nos enchem de esperança e confiança no futuro da nossa agricultura. Mais uma vez, agradeço a todos os envolvidos por seu esforço e dedicação”, disse Mário Sergio Silvério.

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