FAESP: “O agro alimenta o País, juro alto contrata recessão”
Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), ao analisar a reunião do Copom desta semana (7 e 8 de dezembro), a última de 2021, manifesta sua preocupação com o encarecimento do crédito, que passa a pressionar excessivamente o custo dos alimentos, biocombustíveis e matérias-primas, conduzindo o a estagflação.
O dirigente lembra que as linhas de financiamento do Plano Safra, com taxas diferenciadas, não atendem de modo integral à demanda, apesar dos esforços do Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento, obrigando muitos produtores a recorrerem ao mercado financeiro convencional. “O setor já está enfrentando graves dificuldades este ano, como a seca, geadas, crise hidroenergética, embargo à carne brasileira na China e a majoração exagerada dos fertilizantes, problemas que se refletiram na queda de 8% que sofreu no PIB do terceiro trimestre, divulgado recentemente pelo IBGE”, pondera Meirelles.
Não é sem razão, portanto, que a FAESP tem solicitado às autoridades federais e estaduais, bem como às instituições financeiras, medidas urgentes de apoio à agropecuária, desde linhas específicas de crédito até a prorrogação dos prazos para o pagamento dos empréstimos já contratados. “Entendemos a política monetária do Banco Central de buscar conter a inflação com taxas elevadas de juros. Porém, isso precisa ser bem calibrado, pois o custo financeiro acaba se refletindo na retração da atividade econômica, atingindo também o agronegócio”, conclui Meirelles.
Parte do problema inflacionário tem origem exógena, não sendo alcançado pela política monetária do Banco Central. Se a inflação é um problema, a estagflação é um problema maior ainda. “Esperamos que o ciclo de elevação da taxa de juro esteja perto do fim, pois precisamos incentivar o processo produtivo e viabilizar os investimentos para a economia voltar a crescer”, completa Meirelles.
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