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Bananicultores se previnem com ações para evitar fungo fatal que ameaça produção

22 de agosto, 2019 - por FAESP/SENAR-SP

A América Latina é a maior região exportadora de banana para o mercado internacional. O Instituto de Agricultura e Pesca da Colômbia (ICA) confirmou a chegada de uma praga quarentenária, de origem asiática, no país. Essa praga, é um fungo de solo, espalhou-se pelo mundo e no dia 8 de agosto foi anunciada em continente americano, especificamente na Colômbia.

“É uma praga de raiz, uma fusariose da bananeira (um fungo) e que atua por meio das raízes, obstruindo-as e causando um dano total na planta, resultando no impedimento da produção”, explica Jeferson Magário, Presidente do Sindicato Rural do Vale do Ribeira e Presidente da CONABAN. “A praga teve início nas Filipinas e se espalhou pelo mundo. Até então, o continente mais próximo ao Brasil no qual a doença chegou foi Moçambique, na África, porém, infelizmente, isso mudou com a confirmação da chegada dessa doença à Colômbia.”, lamenta. “Vemos então que a praga, por ser um fungo de solo, vem por meio de restos de solo e restos materiais dessas áreas que foram atingidas. A preocupação é muito grande no Brasil e deixa o produtor aflito com a situação, então é importante controlar e ter mais cuidado com o meio de transporte das frutas para não deixar a doença entrar no país.”, conclui.

Tudo que tenha contato com o solo, como caminhões e aviões, são veículos hospedeiros do fungo, ou seja, podem transmitir para outros meios, como cavalos e carroças, e consequentemente, disseminar a doença pelo país com muito mais facilidade.

Apesar disso, já existem variedades de bananas resistentes à praga na China e em Israel, só que ainda não passam de mudas que estão em experimento. Já aqui no Brasil, a Embrapa está tentando fazer uma variedade da fruta que seja resistente a esse fungo. Isso, no entanto, torna-se preocupante, uma vez que, para replantar todas as áreas já cultivadas, haveria um tempo sem produção, os custos para as modificações seriam altíssimos e, assim sendo, os preços da banana no mercado seriam elevados.

“Embora estejamos preocupados com a situação, os bananicultores do Vale do Ribeira estão recebendo crédito emergencial, grande ajuda para continuar com as plantações”, diz Jeferson.

Outro fator a se considerar é que, como essa variedade da fruta está apenas em desenvolvimento, não se sabe ao certo como será seu comportamento a partir do momento em que for plantada, considerando sua adaptação ao terreno e como tende a se espalhar pelo mesmo. Em Moçambique, os resultados obtidos com um experimento parecido foram de êxito, no entanto, no Brasil, não há como ter certeza devido à ausência de pragas quarentenárias.

Agora, a ideia principal é evitar que a praga entre de fato no Brasil, pois, se acontecer, o estrago será imensurável. “O Ministério da Agricultura já lançou um programa de contenção desse fungo para o país, então já estamos em alerta e deve-se lançar um plano de contingência para que essa doença não entre aqui’.

Por meio de ofícios, a CONABAN, a ABAVAR e outras associações brasileiras vão cobrar o Ministério e a ministra da agricultura, Tereza Cristina, para que sejam tomadas as devidas providências com os departamentos de defesa vegetal para que essa praga não entre no país.

“Os produtores que tiverem alguma dúvida podem vir na ABAVAR, temos técnicos que entendem muito sobre o assunto e poderão orientá-los para medida de cautela da sua propriedade”, diz Jeferson. “Então vamos evitar pessoas estranhas entrando nos nossos bananais, se houver uma necessidade de entrada de pessoas que não sejam do cotidiano, existem meios de se criar uma solução, como por exemplo: fazer um pedilúvio ali pra pessoa pisar ali pra não ter risco de trazer doença de fora para dentro e a precaução é essa”, continua.

“A Propriedade é seu patrimônio e deve ser preservada. É importante se informar e se precaver, depende dos produtores e de ações do Ministério da Agricultura. A economia do Vale do Ribeira depende muito da bananicultura.”, conclui.

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