Faesp Informa: Seca, Incêndios e Mudanças Climáticas Agravam Pragas e Doenças em Canaviais
A incidência de pragas nas lavouras brasileiras aumentou, impactando a produtividade de canaviais e outras culturas; produtores enfrentam desafios crescentes no manejo agrícola
A seca e os incêndios recentes no Centro-Sul do Brasil, aliados às mudanças climáticas, estão agravando o aumento de pragas e doenças em diversas culturas, especialmente nos canaviais. Esses fatores, que já comprometem a safra de 2024/25, devem prejudicar ainda mais a produção na próxima temporada, de acordo com a Organização de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).
A estiagem prolongada, as temperaturas elevadas e chuvas irregulares estão criando um ambiente favorável à proliferação de pragas, como a cigarrinha e o bicudo da cana, além do surgimento de novas doenças. A “murcha do colmo”, uma doença relativamente nova, está sendo identificada em muitas lavouras, causada por um consórcio de três fungos que afetam a qualidade da cana.
A presença dessas pragas e a falta de chuvas devem provocar uma queda significativa na produtividade. A Datagro projeta uma redução de 9,4% na moagem de cana para esta safra, o que também impacta a produção de açúcar, prevista para recuar 8,8%.
Outras culturas estão sofrendo com a intensificação das pragas. No caso do milho, por exemplo, a alta temperatura favorece a proliferação de cigarrinha-do-milho e da mosca-branca. A irregularidade das chuvas também afeta o equilíbrio ecológico, prejudicando predadores naturais das pragas. O resultado é uma maior necessidade de estratégias de manejo integrado e controle biológico.
Agrônomos têm recomendado a erradicação de lavouras severamente afetadas e a utilização de novos agentes biológicos como forma de controle antecipado das pragas. No entanto, o aumento dos custos com irrigação e diesel, além da necessidade de renovação dos canaviais, também pressiona os produtores, com uma estimativa de crescimento de 9,1% nos custos agroindustriais.
“Faesp Informa” traz informações de fontes externas, não representando as opiniões da Federação e dos sindicatos rurais.
Deixe seu comentário