Anvisa atende solicitação do setor e autoriza produtor de Leite A2A2 a mencionar na embalagem os benefícios do produto
Informação sobre as qualidades digestivas do Leite A2A2 podem auxiliar o produtor a ampliar o mercado consumidor
Os produtores de leite A2A2 já podiam incluir nas embalagens a frase “Leite produzido a partir de vacas com genótipo A2A2”. Entretanto, a partir de agora, a Anvisa, por meio de resolução publicada no D.O.U. em 25/10/2021, autoriza também, uso da frase que informa ao consumidor que o produto em questão não forma componente químico causador de desconforto digestivo.
Tal medida permitirá ao produtor desse tipo de produto realizar ações com objetivo de atingir um consumidor que antes evitava o consumo de leite em razão de desconforto digestivo.
Uma parcela dos consumidores que costuma experimentar algum desconforto ao consumir leite muitas vezes atribui esse problema à lactose (um carboidrato), quando na verdade a questão pode estar associada à beta-caseína A1. O A2A2 é diferente dessa substância, por isso é considerado de fácil digestibilidade.
Wander Bastos, coordenador da Comissão de Bovinocultura Leiteira da FAESP e coordenador da Comissão de Artesanais da ABRALEITE, aposta no aumento do mercado consumidor e na valorização do produto: “O A2A2 pode atingir um nicho de mercado que antes não consumia leite, mas também pode atingir a pessoa que já consome outros tipos e que, ao experimentar o A2A2, pode gostar e também passar a consumir”, explica. Ele ressalta ainda o trabalho da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE), que nos últimos quatro anos trabalhou junto à Anvisa apresentando estudos para comprovar os benefícios do leite A2A2 à saúde digestiva do consumidor.
O produtor interessado em investir no leite A2A2 precisa comprovar as características do produto, segundo explica Wander. “Para o produtor ter o selo ele precisa fazer a genotipagem das vacas, para verificar quais produzem o A2A2. Esse leite é processado separadamente”, esclarece.
A frase autorizada pela Anvisa é: “O leite A2 não promove a formação de BCM-7 (betacasomorfina-7), que pode causar desconforto digestivo”. Com essas informações presentes na embalagem, os consumidores que costumam experimentar algum desconforto com a digestão da caseína presente no leite agora passarão a ter a informação clara e disponível, como já acontece em outros países.
A resolução publicada pela Anvisa é importante para a indústria de laticínios orientar claramente o consumidor de que tem à disposição um tipo de leite diferente do tradicional, agregando valor ao produto e ampliando mercado.
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