A herança do agro nos 150 anos dos italianos no Brasil
Comunidade ítalo-brasileira se debruça sobre produção de grãos e uvas, além da criação de animais
Há 150 anos, chegavam ao Brasil os primeiros italianos. O marco dessa migração foi o navio La Sofia, que trouxe ao país, em 21 de fevereiro de 1874, 386 mulheres e homens que buscavam uma vida nova em uma terra nova. Na bagagem, a maioria contava apenas com seus sonhos e uma força de trabalho incrível.
Em pouco tempo, São Paulo se tornou a capital dos migrantes italianos e, pelo interior de todo o estado, além de outras regiões do país, esses trabalhadores se desdobraram nas atividades de lavoura de café e na criação de gado. O Dia do Imigrante Italiano, oficializado em 2008, celebra essa migração.
Não se pode falar em cafeicultura sem destacar a importante atuação dos migrantes italianos. Mas também não se pode falar em agricultura no Brasil sem pensar em sua colaboração em diversos setores, como o plantio de uvas.
Uma olhada rápida para o sobrenome dos produtores rurais, dos pequenos aos grandes proprietários, é uma prova viva desse trabalho da comunidade italiana na formação de nossa história. Hoje, apenas no estado de São Paulo, há entre 15 e 20 milhões de descendentes italianos, informa o Consulado Geral da Itália.
“Meu nome é Guilherme Salomão Vicentini. Sou produtor de café da cidade de Altinópolis. Faço parte da quinta geração voltada para a cultura do café. Meu tataravô veio da Itália com o propósito de cultivar café. Eles se instalaram na região e fizeram um trabalho magnífico.” A afirmação é do coordenador da Comissão Técnica de Cafeicultura da FAESP, um dos muitos sobrenomes italianos do agro paulista.
“Esta é uma data que não podemos deixar passar porque é essencial a colaboração da comunidade italiana para o agronegócio brasileiro. Muitos dos produtores são filhos, netos, bisnetos de italianos que vieram ao Brasil para construir este país”, afirma o presidente eleito da FAESP, Tirso Meirelles.
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