Comissões Técnicas de Bovinocultura de Corte e Leite da FAESP debatem ações prioritárias para defesa sanitária animal
Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (Fundepec), Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA) e a suspensão da vacinação foram os temas principais do encontro
Coordenadores técnicos e integrantes das comissões de Bovinocultura de Corte e Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) definiram, na última quarta-feira (21), as ações para o segundo semestre de 2023. A apresentação do panorama de mercado das pecuárias de corte e leite abriram os trabalhos do encontro realizado na sede da FAESP, em São Paulo. Entretanto, o Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA) e a suspensão da vacinação tomaram boa parte das discussões.
Nos últimos anos, a FAESP fez esforços conjuntos e apoiou as ações da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA-SP) junto ao MAPA, para que São Paulo atingisse critérios para a suspensão da vacinação contra Febre Aftosa. A previsão é que o governo federal anuncie em 2026 o fim da obrigatoriedade da vacina em todo território nacional. Até o momento, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso, já tiveram a suspensão da obrigatoriedade da vacinação com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.
“Além de ser um programa de Estado, o PNEFA sempre se pautou no compromisso entre o Mapa, os Serviços Veterinários Estaduais (SVEs) e os produtores. Esse trabalho coletivo, capitaneado pela FAESP pelo lado dos pecuaristas, foi essencial para o desenvolvimento da sanidade na pecuária. Com a obtenção do status sanitário livre sem vacinação, o Brasil terá condições de concorrer por mercados externos de melhor remuneração como Japão, Coréia do Sul, Canadá, e estabelecer novas relações comerciais, diminuindo a dependência do mercado Chinês”, falou Cyro Penna Junior, coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte.
Para Wander Luís Carvalho, coordenador da Comissão de Bovinocultura de Leite, a suspensão da vacinação, além da provável ampliação do mercado externo, o fato trará outras vantagens para os produtores: “temos que levar as informações sobre a importância da retirada da vacinação de forma correta, principalmente para os produtores do interior e toda cadeia produtiva do Estado. Será menos manejo, menos reação vacinal e mais bem estar animal. A pecuária tem muito a ganhar com essa decisão”, falou.
Outro tema de destaque da reunião foi a Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (Fundepec), iniciativa reativada pela FAESP no ano passado e que tem como meta apoiar os produtores em eventuais indenizações de animais no caso de abate sanitário em decorrência de foco de febre aftosa.
Durante a conversa, as comissões ratificaram a necessidade da contribuição dos produtores para o fundo, reforçando que de maneira voluntária ela já se demonstrou ineficiente. A FAESP apresentou propostas sobre novos mecanismos de arrecadação que podem ser adotados sem onerarem os produtores. As ideias foram aceitas, discutidas e aprimoradas pelas comissões e agora serão debatidas junto aos produtores.
Também foram apresentadas atualizações e gestões realizadas pela FAESP no âmbito do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT). Em maio, a FAESP obteve sucesso no seu pedido de suspensão dos prazos relacionados à exigência dos atestados negativos de brucelose e tuberculose para bovinos e bubalinos destinados a leilões de rebanho geral, além da dilação do prazo que torna obrigatória para produtores de leite in natura apresentarem atestado de diagnóstico negativo junto aos laticínios. A FAESP informou aos membros que também obteve sucesso no seu pedido de criar um ambiente de discussões técnicas para a promoção de alterações significativas em relação ao PECEBT.
Painel de Dados FAESP
Durante a reunião, o gerente do Departamento Econômico da FAESP, Cláudio Brisolara, apresentou o Painel de Dados, plataforma lançada recentemente pela federação com os principais indicadores operacionais, econômicos e estratégicos das cadeias produtivas do agronegócio do país.
“Queremos contribuir com informações de qualidade disponibilizando números que mostrem a real situação de cada segmento e com isso apoiar os produtores nas tomadas de decisões no campo. A ideia é aprimorar ainda mais nossos mecanismos de inteligência produzindo relatórios que mostrem nosso desempenho operacional e estratégico para o leite, corte e todos os outros setores produtivos”, ressalta.
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